Correspondente Médico: Não há provas de benefício de se comer placenta
Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert relataram terem ingerido placenta após nascimento de filha em 2019
Na edição desta quinta-feira (13) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou se comer placenta humana após um parto traz benefícios à saúde.
O assunto voltou à tona esta semana após o casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert anunciar no programa “Bem Juntinhos”, do canal GNT, que comeu placenta após o nascimento da filha Maria Manoela, em 2019. O procedimento, conhecido como placentofagia, é polêmico e não tem consenso na comunidade médica.
Gomes explica que a placenta faz parte da interface entre útero materno e o bebê que está em desenvolvimento. “É através dela que se faz uma conexão com todo o aparelho vascular, em que a mãe oferece o sangue rico em nutrientes, através do cordão umbilical, para o bebê. A placenta tem um papel bastante importante [para o desenvolvimento do feto]”, detalha.
Mas, afinal, faz mal comer placenta? “Não há indícios de que faça bem. No reino animal, não é incomum a cadela comer a da ninhada de cachorros, e outros animais também”, responde o médico.
“[Para humanos], a linha de raciocínio seria: se comer a placenta, que é rica em alguns hormônios e substâncias, isso poderia, em tese, evitar a depressão pós-parto e enriquecer o corpo materno. Mas temos que dizer que não há controle sanitário adequado e existem doenças que podem estar relacionadas a isso, como o kuru e a demência espongiforme. No entanto, também não há evidências de que comer placenta vai causar esses problemas.”