Correspondente Médico: Como lidar com a segunda onda de Covid-19?
Neurocirurgião Fernando Gomes comenta efeitos do isolamento social na saúde mental das pessoas
O crescente número de casos de Covid-19 fez países europeus intensificarem medidas contra o avanço da doença no interior do continente. Espanha, País de Gales e Itália estão entre as nações que adotaram novas restrições de circulação de pessoas e funcionamento de comércios.
No Brasil, a pandemia do novo coronavírus refreou, segundo indicam números recentes das entidades que acompanham a evolução da Covid-19 no país, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O país chega ao final de outubro com números de volta ao patamar de maio.
Na edição desta segunda-feira (26) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes comentou os efeitos do isolamento na saúde mental das pessoas. Além disso, ele explica como o cérebro lida com a segunda onda de Covid-19.
“Existe um registro histórico na cabeça de todo europeu, que já passou por guerras e diversas dificuldades. Quando a gente olha estas manobras de populações sendo contidas ou orientadas a um comportamento anterior, a gente pode imaginar que tem uma memória histórica de como proceder. Mas, sem sombra de dúvidas, a saúde mental fica abalada”, iniciou.
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Mesmo com a boa recuperação do Brasil diante da pandemia, o médico alerta para a necessidade de cuidados e atenção com o vírus. De acordo com ele, o aumento do número de casos pode ser resultado de uma maior testagem da população.
“Tudo depende dos resultados. A gente sabe que por mais que tenhamos o desejo muito grande de ter tudo isso solucionado, é preciso dar tempo ao tempo para que a gente tenha resultados concretos. De qualquer forma, é o bom senso que impera nesta questão. Não é uma questão de pânico, mas uma questão de consciência coletiva”, reforçou.
Enquanto os casos diários do novo coronavírus batem recordes na Itália, o premiê diz que o país “não pode arcar com um segundo lockdown”. Nesta segunda-feira, o país inicia novas medidas de restrição para evitar a necessidade de um plano mais rígido de contenção do vírus.
Para Fernando Gomes, a medida restritiva não é um exagero e deve ser pautada a partir de dados obtidos a partir de análise científica.
“Não dá para a gente ficar de braços cruzados e fingir que nada disso está acontecendo. O mundo mudou e nós percebemos isso. Acaba ficando o convite para cada indivíduo de que há estas medidas que acabam diminuindo a propagação do vírus. Mas também existe o lado da saúde mental e ela acaba sendo a nossa maior preocupação”, finalizou.
(Edição: André Rigue)