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    Coronavírus: o que é fake news e o que é verdade sobre a transmissão da doença

    Apesar da rápida transmissão, a taxa de letalidade é de 3,4%, segundo o Ministério da Saúde

    Jéssica Otoboni e Anna Satie

    Da CNN Brasil, em São Paulo

    Com a disparada de casos de novo coronavírus (COVID-19) pelo mundo, cresce também o número de informações falsas sobre a doença circulando pela internet.

    A desinformação ajuda a criar clima de pânico. Apesar da rápida transmissão, a taxa de letalidade é de 3,4%, segundo dados do Ministério da Saúde.

    Veja abaixo mitos e verdades sobre o novo coronavírus:

    Prefeitura de São Paulo está testando para o coronavírus em domicílio

    Falso. Circula pelo WhatsApp uma mensagem que recomenda a quem sentir sintomas gripais ligar para a prefeitura, que o município enviaria profissionais para fazer o teste da COVID-19 em casa. Não é verdade. No momento, a Prefeitura só está testando pacientes internados. Vale lembrar também que o exame convencional para detectar o novo coronavírus é feito pela coleta de saliva, e não de sangue. 

    Beber água quente ou chá mata o vírus

    Falso. O vírus não pode ser combatido com a ingestão de bebidas quentes. Os antibióticos também não são recomendados para prevenção ou tratamento. Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há um medicamento ou substância específica, vitamina, alimento ou mesmo vacina para evitar a doença. 

    A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) ressalta também que a vacina da gripe não protege contra o novo coronavírus, apenas contra o influenza. Além disso, a associação informa que não há evidências científicas que comprovem a eficácia de medidas relatadas nas redes sociais, como lavar o nariz com água e sal, comer alho ou passar óleo de gergelim no corpo.

    O coronavírus não tem cura e mata em alguns dias

    Falso. Boatos indicam que, na primeira fase da doença, há ocorrência de tosse seca e, dias depois, ela evolui para pneumonia, se tornando letal. Na verdade, a maioria das pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus sobreviveram, ou seja, é possível se recuperar da doença. 

    Ainda não há um tratamento específico para o novo coronavírus, mas pesquisas estão em desenvolvimento. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é procurar um médico assim que se manifestarem sintomas mais fortes do que uma gripe comum, como coriza, dor de garganta, dor de cabeça, febre, dor nos músculos e dificuldade para respirar.

    Máscaras protegem contra o COVID-19

    Verdadeiro. As máscaras são recomendadas para pacientes identificados como casos suspeitos da doença. Elas devem, inclusive, ser usadas para que a pessoa chegue a um local de isolamento. Uma vez neste ambiente, recomenda-se que qualquer um que entre no quarto ou tenha contato com o paciente utilize a máscara. Em outras situações, a SBI diz não haver necessidade.

    O vírus não sobrevive em altas temperaturas

    Parcialmente verdadeiro. É falso que o coronavírus seja eliminado por temperaturas a partir de 26ºC. No entanto, o clima mais quente dificulta a multiplicação do vírus.

    Como a maioria das doenças respiratórias, a infecção causada pelo COVID-19 se prolifera melhor em climas frios e secos. Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), acredita que esse seja um dos motivos pela rápida transmissão em países do hemisfério norte.

    Evitar passar as mãos em corrimões, pois o coronavírus sobrevive até 12h em superfícies metálicas

    Verdadeiro. Estudo publicado pelo órgão britânico de prevenção a infecções hospitalares mostra que coronavírus semelhantes ao novo Covid-19 sobreviveram por até nove dias em superfícies como plásticos, metais ou vidros. No entanto, a pesquisa foi conduzida em laboratório, com o vírus concentrado em condições ideais para sua sobrevivência. 

    “Um corrimão em um ambiente movimentado teria um tempo muito menor”, diz Renato Kfouri, da SBIm. “Se um paciente com a doença espirrasse e tocasse no corrimão, também seria impossível estimar a quantidade de partículas infectantes e se seria o suficiente para contaminar outra pessoa”.

    Vitamina C pode ajudar a prevenir o coronavírus

    Falso. “Não há nenhuma evidência que indique que a vitamina C previna ou trate qualquer infecção, muito menos o novo coronavírus”, diz Kfouri. 

    De acordo com o médico, nenhuma vitamina tem eficácia comprovada na prevenção. Para diminuir as chances de contágio, as melhores práticas são lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações e cobrir a boca e o nariz com o antebraço ao tossir ou espirrar.

    Cuba anuncia vacina contra coronavírus

    Falso. Ainda não há nenhuma vacina ou medicamento com eficácia comprovada contra o coronavírus. Caso manifeste sintomas como febre e dificuldade de respirar e tenha retornado de viagem a países com ocorrência do vírus ou entrado em contato com pacientes confirmados, procure o serviço de saúde mais próximo e siga as orientações dos médicos.

    De acordo com orientações da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), todos os planos de saúde devem cobrir o teste para o coronavírus. O SUS (Sistema Único de Saúde) também oferece o exame.

    Médicos tailandeses curam paciente com coronavírus em 48 horas

    Falso. Ainda não há um produto ou medicamento que ajude a prevenir ou tratar a infecção. Os órgãos de saúde recomendam evitar ficar perto de pessoas com infecções respiratórias graves, lavar as mãos com frequência, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar tocar as mucosas de nariz, olhos e boca, além de manter ambientes ventilados.

    Produtos de origem chinesa podem estar infectados

    Falso. Não há evidências de que produtos enviados pela China ao Brasil possam trazer o novo coronavírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está monitorando aeroportos, portos e fronteiras, mas não há restrições sobre produtos ou alimentos fabricados na China.

    Lança-perfume, o popular “loló”, pode curar uma infecção

    Falso. Não existe nenhum estudo que comprove a eficácia do lança-perfume contra o novo vírus. No entanto, há uma abundância de provas de que o loló pode causar perda de memória, náusea, dor de cabeça, desmaios e, em casos extremos, até paradas cardíacas ou respiratórias. O uso e comercialização do lança-perfume são proibidos no Brasil.