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    Coquetel da AstraZeneca reduz casos sintomáticos de Covid, segundo o laboratório

    Laboratório afirmou que não houve casos graves ou mortes entre os que receberam o coquetel em teste clínico de fase 3; medicamento neutralizou variantes

    Vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca
    Vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca Foto: Dado Ruvic - 09.nov.2020 / Reuters

    Camila Neumam, da CNN, em São Paulo

    O coquetel de anticorpos AZD7442 do laboratório AstraZeneca conseguiu reduzir de forma significativa a incidência de casos sintomáticos de Covid-19 durante os testes clínicos de fase 3. Os testes profiláticos cumpriram o objetivo de prevenir a doença e reduziram os riscos em 77%, segundo o laboratório.

    “Não houve casos graves ou mortes entre as pessoas tratadas com o AZD7442”, informou a companhia em comunicado nesta sexta-feira (20).

    Achados preliminares in vitro de investigadores da Universidade de Oxford e da Universidade de Columbia, demonstraram que o coquetel neutraliza as variantes virais do SARS-CoV-2, incluindo a Delta, originária da Índia.

    Prevenção para casos graves

    O coquetel é uma combinação de dois anticorpos de longa ação, que conseguiram reduzir o risco de desenvolver Covid-19 de forma sintomática em 77% dos casos testados, comparado com quem tomou placebo.  

    O estudo randomizado incluiu 5.197 participantes, divididos entre quem recebeu o coquetel e o placebo. A análise primária foi baseada em 5.172 participantes que não tinham infecção por SARS-CoV-2 no início do estudo. Os testes clínicos totalizaram 25 casos sintomáticos de Covid-19 na análise primária. 

    O coquetel AZD7442 está sendo estudado em um programa de ensaio clínico para prevenção e tratamento de Covid-19 com mais de 9.000 participantes, segundo o laboratório.

    Não houve nenhum caso de Covid-19 grave ou mortes relacionadas à infecção em pacientes tratados com o coquetel AZD7442. Entre os que receberam placebo, houve três casos de Covid-19 grave, que incluiu duas mortes, segundo a AstraZeneca.

    “O AZD7442 é a primeira combinação de anticorpos (não vacinais) modificados para fornecer proteção potencialmente duradoura que demonstrou prevenir à Covid-19 em um ensaio clínico”, descreveu o boletim.

    Mais de 75% dos participantes tinham comorbidades, que incluem condições que foram relatadas como causadoras de uma resposta imunológica reduzida à vacinação. 

    O principal autor do estudo, Myron J. Levin, professor de Pediatria e Medicina da Escola de Medicina da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, afirmou que os dados do estudo mostram que uma dose de AZD7442 administrada de forma intramuscular “pode prevenir a Covid-19 sintomática de forma rápida e eficaz”. 

    “Com esses ótimos resultados, o AZD7442 pode ser uma ferramenta importante em nosso arsenal para ajudar as pessoas que podem precisar de mais do que uma vacina para retornar às suas vidas normais”, disse.

    Mene Pangalos, vice-presidente executivo de Pesquisa e Desenvolvimento de Biofarmacêuticos da Astrazeneca disse que o coquetel pode ser uma forma adicional de prevenção ao coronavírus, juntamente com as vacinas contra Covid-19, sobretudo em pessoas com doenças graves.

    “Fomos encorajados por esses dados de eficácia e segurança em pessoas de alto risco, amostrando que nossa combinação de anticorpos de ação prolongada tem o potencial de proteger contra doenças graves e sintomáticas, junto com as vacinas”, afirmou. 

    O executivo afirmou ainda que o laboratório deve compartilhar mais dados do programa de ensaios clínicos de Fase 3 do AZD7442 ainda este ano. 

    Os ensaios em andamento incluem um ensaio de tratamento de Fase 3 em um ambiente ambulatorial e ensaios de tratamento com colaboradores em ambientes ambulatoriais e hospitalizados. O AZD7442 está sendo avaliado em ambas as vias de administração intramuscular e intravenosa, afirmou a Astrazeneca.