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    “Consulta pública e pedido médico para vacinar crianças são um absurdo”, diz médico

    Alexandre Naime Barbosa, infectologista e chefe do Departamento de Infectologia da Unesp, acredita que essas medidas por parte do governo é para agradar o eleitorado

    Artur NicoceliLayane Serranoda CNN , São Paulo

    Na última quinta-feira (23), Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, declarou que para crianças de 5 a 11 anos serem vacinadas, será necessária uma prescrição médica e um “termo de consentimento livre declarado”. O governo também realizou uma consulta pública para saber o que a população acha de imunizar este público.

    E Alexandre Naime Barbosa, infectologista e chefe do Departamento de Infectologia da Unesp, está entre muitos médicos que se se posicionaram contra as medidas do ministro. “É um absurdo realizar consulta pública e pedido médico para vacinar crianças”, diz ele em entrevista à CNN.

    Ele afirma também que são médicos especialistas que deveriam ser entrevistados para entender a eficácia da vacina, “e isso já foi feito pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”. O órgão aprovou a vacinação para essa faixa etária na última quinta-feira (16).

    Barbosa também declara que prescrição é um absurdo, já que existe um calendário nacional de imunização contra sarampo, rubéola e caxumba, por exemplo, que não é necessária essa medida. “O Ministério está colocando diversos absurdos para atrapalhar a vacinação e agradar uma parte do eleitorado”, argumenta o especialista.

    Ele explica ainda que existem sintomas adversos. “A vacina pode gerar dor no local, cansaço e gripe leve. Mas essa é uma resposta do sistema imunológico para criar anticorpos”.

    Sobre casos de miocardite e pericardite, ele diz que pode acontecer, “mas com uma frequência muito baixa e uma gravidade muito leve”. O infectologista aponta que já foram aplicadas cerca de 7,1 milhões de doses em crianças, e a incidência foi na ordem de 1 caso para cada 100 mil imunizantes. “E, na totalidade dos eventos, todos foram benignos, ou seja, a criança não teve um desfecho fatal”.

    A Pfizer respondeu à CNN, em nova manifestação, que estima entregar as vacinas para crianças a partir de janeiro de 2022 no Brasil. Até o momento, 25 países iniciaram a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos, como Chila, Alemanha, Dinamarca e Portugal.

     Confira a íntegra no vídeo

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