Conheça transmissão, sintomas e letalidade da raiva humana
Organização Mundial da Saúde estima que a doença seja responsável por 60 mil mortes no mundo anualmente
Minas Gerais confirmou mais um caso de raiva humana, em crianças. Já é o terceiro em um mês. Nesta segunda-feira, no quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explica que a doença é transmitida a partir do contato de seres humanos com animais infectados pelo vírus Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.
“É necessário existir uma agressão em um acidente com animal [mordida] infectado ou até mesmo o contato com saliva” disse.
Segundo o médico, demora cerca de 45 dias para que o indivíduo possa manifestar os primeiros sintomas após o contato.
O vírus da raiva se multiplica no organismo, dependendo do local e gravidade onde houve a mordedura ou arranhamento, a doença pode demorar a se espalhar, ou se espalhar com mais facilidade se for em locais com mais terminações nervosas.
Isso faz com que haja ataque ao cérebro e consequentemente a morte.
“O ataque acontece no sistema nervoso, vindo do periférico ao sistema central. Se não combater esse ciclo, ajudando o sistema imunológico a combater essa infecção viral, pode evoluir para óbito”, disse Gomes.
Transmissão, sintomas e diagnóstico
Nas regiões urbanas, a raiva humana é mais comumente transmitida por cães e gatos. Contudo, nas áreas rurais, morcegos, cavalos, raposas podem transmitir o vírus.
Em cerca de 80% dos casos, os sintomas são semelhantes:
- Mal-estar geral;
- Aumento da temperatura;
- Anorexia;
- Dor de cabeça;
- Náuseas;
- Dor de garganta;
- Entorpecimento;
- Irritabilidade;
- Sensação de angústia.
Quando o quadro clínico evolui, os pacientes podem apresentar:
- Febre;
- Delírios;
- Espasmos musculares involuntários;
- Convulsões.
Quase sempre a raiva é uma doença fatal. Fernando Gomes explica que a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição.
De acordo com o médico, “se houver o diagnóstico rapidamente, e começa o sistema de vacinação, há chances de bloquear a progressão da doença”, afirmou.
Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.
“Para fazer a prevenção da doença no ser human, há uma campanha de vacinação de animais que vivem perto de nós [como cães e gatos]. Para os humanos, a vacina acontece para quem lida com o vírus de perto — profissionais que trabalham diretamente com animais”, afirmou.