Conass: PNI precisa ser o norte sobre intervalo menor de doses da Pfizer
Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula disse que se faz essencial coordenação centralizada sobre campanha contra Covid-19
A orientação para reduzir o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer deve ser dada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, avalia o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula.
Em entrevista à CNN, Carlos Lula, que também é secretário de Saúde do Maranhão, afirmou que fica difícil a comunicação com a sociedade sem uma coordenação centralizada do governo federal. Orientações desencontradas, segundo ele, podem gerar consquências negativas para secretários e o próprio ministério.
“O fundamental é que a gente tenha o PNI como um norte para ser seguido e pontos que precisem ser debatidos sejam de maneira transparente com o ministério e os entes, para a gente não tomar decisões sozinhos lá na ponta porque isso sempre gera problema”, afirmou o presidente do Conass.
Na segunda-feira (26), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer vai diminuir de 3 meses para 21 dias, como estabelece a própria bula do imunizante. No Brasil, a pasta estendeu o tempo com a justificativa de que ajudaria a vacinar mais pessoas com a primeira dose em um intervalo de tempo menor.
Coordenador do teste clínico da vacina da Pfizer no Brasil, o médico Cristiano Zerbini reforçou, em entrevista à CNN, que os estudos feitos com o imunizante foram somente para intervalos de três semanas entre as doses e não foi recomendação da farmacêutica a redução do intervalo.
Vacinação de adolescentes
O imunizante da Pfizer também é o centro do debate sobre a vacinação de adolescentes no país. Em junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina para crianças com 12 anos de idade ou mais.
De acordo com Carlos Lula, a imunização da faixa etária deve começar somente após todos os adultos maiores de 18 anos receberem ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19 no país.
“Queremos primeiro garantir que a população acima de 18 anos tenha pelo menos uma dose para discutir os dois temas que são essenciais: vacinação de adolescentes e diminuição de intervalo entre as doses do imunizante Pfizer”, afirmou.
(*Com informações de Natália André, da CNN, em Brasília)