Roberto Kalil explica riscos de comorbidades, doenças que agravam a Covid-19
Médico alerta que o risco de uma doença pré-existente é maior que a contaminação pelo novo coronavírus
Segundo os dados do Ministério da Sáude, 60% das pessoas que morreram com Covid-19 possuíam alguma doença pré-existente. As cinco comorbidades mais frequentes são: cardiopatia, diabetes, doença renal, neurológica e pneumopatia. Em entrevista à CNN, o cardiologista Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do InCor, explicou que o paciente que se enquadra no grupo de risco — e já possui histórico de doenças cardíacas — deve redobrar os cuidados com o vírus. E alerta que o risco de uma doença pré-existente é maior que o novo coronavírus.
“A agressão do novo coronavírus é, predominantemente, no pulmão. No entanto, acomete outros órgãos, como o coração. O vírus pode inflamar as artérias, podendo também contribuir na formação de coágulos e isso leva a criação de trombos que pode entupir as artérias, aumentando o risco de infarto. As pessoas que têm maior risco de doença cardíaca, caem em uma população de maior comorbidade chance de maior agressão do vírus”, explica.
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Kalil avalia ainda que, devido ao medo da contaminação, muitas pessoas não deram continuidade ao tratamento para a manutenção do quadro estável de doenças já existentes. “Muitos pacientes não foram ao médico continuar o tratamento regular devido ao medo do vírus e isso pode piorar o quadro clínico. Diante disso, a agressão do vírus pode ser maior em pessoas que fazem parte do grupo de risco. O tratamento da Covid-19 é o mesmo, dependendo caso, ele é personalizado. Todo cuidado será necessário para estes pacientes com doença cardíaca pré existente”, alertou.
De acordo com o médico, o risco da doença pré-existente é muito maior do que a contaminação por Covid-19. “O risco de uma doença que você já tem é muito maior que a contaminação pelo vírus. Isso as pessoas têm que entender, justamente para evitar tragédias. A mortalidade em casa por outras doenças [como doença renal, neurológica e pneumopatiadia e diabetes] aumentou muito durante a pandemia devido a esta falta de cuidado das pessoas com a própria doença”, finalizou o cardiologista.
(Edição: Leonardo Lellis)