Como usar protetor solar corretamente? Dermatologista dá 6 dicas
O filtro solar deve fazer parte da rotina de cuidados diários com a pele para prevenir o envelhecimento precoce, rugas e doenças diversas
Usar o protetor solar diariamente é uma das recomendações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para os cuidados com a pele. O hábito é essencial para prevenir o envelhecimento precoce da pele, reduzir o aparecimento de rugas e manchas, além de prevenir o câncer de pele. Porém, para garantir os benefícios da proteção solar, é preciso saber como aplicar o filtro corretamente.
O primeiro ponto crucial para a aplicação correta do protetor solar é escolher o produto com o fator de proteção solar (FPS) ideal para sua pele. A SBD recomenda o uso de filtros com FPS a partir de 30, no mínimo. “Geralmente, pessoas de pele mais clara usam FPS mais alto, enquanto pessoas com pele mais escura, um que seja mais baixo. Isso é importante independentemente da época do ano”, afirma Mariana Penha, membro da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
A seguir, com a ajuda da especialista, a CNN lista as principais dicas para aplicar o protetor solar adequadamente e garantir proteção contra os raios ultravioletas no dia a dia. Confira:
1. Mantenha o uso de protetor solar no inverno e dias nublados
Nos dias frios e nublados, a sensação que temos é que o Sol não queima, mas esse é um equívoco comum. Segundo Penha, a incidência de radiação ultravioleta continua a mesma no inverno e em dias nublados, já que os raios solares são capazes de atravessar as nuvens. Por isso, os cuidados com a proteção da pele devem ser mantidos nessas situações.
“Precisamos usar protetor solar em todos os dias do ano, não importa a temperatura. Não importa se está chovendo ou se está nublado. A radiação ultravioleta vai existir tanto no inverno, quanto no verão”, afirma.
2. Atente-se à quantidade utilizada
Para garantir uma boa proteção solar, é preciso passar a quantidade de protetor adequada para a região exposta. No rosto, por exemplo, o ideal é aplicar a quantidade equivalente a uma colher de chá de protetor. “Essa ‘regra’ não é tão prática, então, uma dica é usar a ‘regra’ dos três dedos: colocar um pouco do protetor no dedo indicador, no do meio e no anelar. Essa é uma quantidade suficiente para todo o rosto”, afirma Penha.
No caso de pessoas que utilizam protetor com cor, a dica da dermatologista é utilizar a proporção de um dedo com protetor neutro e dois dedos com protetor com cor.
Já para o corpo, a SBD recomenda passar a quantidade de três colheres de sopa, de maneira uniforme, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida.
3. Proteja todas as áreas não cobertas por roupas
Quando uma pessoa vai à praia ou passa o dia na piscina, é comum (e importante) aplicar o protetor solar em todo o corpo. No entanto, no dia a dia, esse cuidado deve permanecer em toda a área exposta ao sol. “A roupa oferece uma proteção mecânica. Então, se você está usando uma camiseta de manga longa e calças, pode aplicar o protetor só no rosto e nas mãos, por exemplo”, orienta Penha.
No entanto, nos dias de calor, ao utilizar roupas mais curtas, como bermudas, shorts, saias ou vestidos, é essencial proteger as outras áreas do corpo que estarão expostas, segundo a dermatologista.
4. Reaplique o protetor a cada duas ou três horas
A recomendação da SBD é reaplicar o protetor solar a cada duas horas ao longo do dia, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. No dia a dia, quem trabalha em escritórios ou passa o dia em locais fechados, a orientação da dermatologista Penha é fazer a aplicação, pelo menos, em dois momentos: uma de manhã, antes de sair de casa, e outra na hora do almoço, principalmente se for comer fora.
“O recomendado é aplicar a cada duas ou três horas, mas esse ideal é muito difícil de ser seguido”, comenta. “Eu acho que, no mundo real, as pessoas conseguem aderir com mais facilidade à aplicação do protetor solar de manhã e à tarde. Reaplicar o produto pelo menos duas vezes no dia é o suficiente”, acrescenta.
No caso de pessoas que possuem doenças de pele, como o melasma, por exemplo, é fundamental seguir a recomendação de reaplicar o filtro solar a cada duas ou três horas, pelo menos. “Pessoas que têm manchas na pele ou alguma doença desencadeada pelo sol devem seguir mais à risca a recomendação”, enfatiza Penha.
5. Aplique o protetor com 15 minutos de antecedência, se for protetor químico
Existem dois tipos de protetor solar: o físico e o químico. O primeiro tipo é feito à base de dióxido de titânio e óxido de zinco e se deposita na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. “Esse tipo de protetor foram uma barreira mecânica, então a radiação solar bate e volta. Nesse caso, o protetor pode ser aplicado imediatamente antes da exposição solar”, explica.
Já os protetores químicos funcionam como uma espécie de “esponja” que absorve os raios ultravioleta e os transforma em calor. “Nesse tipo, a radiação é absorvida e transformada para não danificar a pele”, esclarece Penha. Nesse caso, o ideal é aplicar o protetor solar com 15 minutos de antecedência à exposição solar.
6. Na rotina de cuidados com a pele, aplique o protetor por último
Para cuidar da pele, é essencial seguir uma rotina básica que inclui a higienização, hidratação e a proteção solar. “Na rotina de skincare, essa é a ordem correta sempre: primeiro lavar o rosto, depois hidratá-lo e, por último, passar o protetor solar, sempre com produtos indicados para seu tipo de pele”, afirma Penha.
De acordo com a SBD, para peles oleosas a mistas, o ideal é usar sabonetes à base de ingredientes adstringentes, que favorecem a remoção das impurezas e a desobstrução dos poros. Já no caso das peles secas e normais, vale apostar em sabonetes líquidos com pH neutro.
A hidratação deve ser mantida mesmo por pessoas com pele oleosa, para auxiliar na manutenção do viço da pele, além de evitar ressecamento, envelhecimento precoce, irritação e infecções, segundo a SBD. Além da aplicação de cremes hidratantes, algumas medidas como manter uma dieta rica em frutas e verduras, evitar esfoliações excessivas na pele e o uso excessivo de sabonetes, buchas, banhos muito quentes e prolongados, principalmente no inverno.
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