Comitê facilitará aprovação de remédios e vacina contra varíola dos macacos, diz Anvisa
Nélio Cesar de Aquino, gerente-geral de Medicamentos da agência reguladora, disse à CNN que o grupo visa coordenar ações para que aprovações de medicamentos sejam mais rápidas possíveis
Em entrevista à CNN na tarde desta quinta-feira (28), Nélio Cesar de Aquino, gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, disse que o comitê de emergência criado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ajudar a enfrentar a situação epidemiológica da varíola dos macacos no país tem como papel avaliar e facilitar aprovação de medicamentos e vacinas contra a doença.
Segundo Aquino, “o comitê tem alguns objetivos específicos: primeiro coordenar nossas ações para que elas sejam mais rápidas possíveis, para articular com autoridades estrangeiras que já conhecem algum tipo de produto que possa vir a ser comercializado no Brasil, e também uma discussão com desenvolvedores para que a gente facilite os pedidos de registros”, disse.
Até o momento, o Brasil tem 978 casos confirmados da varíola dos macacos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
De acordo com o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, há uma vacina produzida na Europa, mas a agência reguladora ainda não recebeu nenhum pedido de aprovação.
“A ideia é a gente começar proativamente uma discussão com desenvolvedores para que seja facilitado esse processo [de aprovação]”, afirmou Cesar de Aquino.
O anúncio da criação do Comitê Técnico da Emergência Monkeypox aconteceu na quarta-feira (27). Segundo a Anvisa, atuação do grupo “permitirá ações coordenadas e céleres para salvaguardar a saúde pública”.
O comitê deve integrar as áreas de pesquisa clínica, registro, boas práticas de fabricação e farmacovigilância, além de terapias avançadas, para diálogo com profissionais da saúde e a comunidade científica.
Na terça-feira (26), a OMS, que classificou a doença como situação de emergência global, disse que situação epidemiológica da varíola dos macacos no Brasil é “preocupante”.
Cesar de Aquino explica que comitê deve ajudar o Ministério da Saúde na “avaliação de produtos e dados de pesquisa, à medida que o conhecimento for evoluindo”.