Com mais de 700 mil menções no Twitter, maioria é favorável à vacinação infantil
Levantamento da FGV mostra que em apenas um dia, tema mobilizou mais de 98 mil postagens publicadas na rede social
Com o início da vacinação de crianças contra a Covid-19, o assunto tem sido tema de discussões e mobilizado muitos perfis nas redes sociais. De acordo com um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), nas duas primeiras semanas de janeiro mais de 705,3 mil postagens no Twitter fizeram referência à vacinação infantil.
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 24 de janeiro, e descobriu que a maioria dos perfis era de usuários favoráveis à imunização de crianças. Segundo o levantamento, a maior parte do debate se concentrou em compartilhar notícias e imagens de crianças recebendo a vacina em diversos estados do Brasil.
De todos os perfis analisados, 48,71% representou usuários favoráveis à vacinação infantil. Este público é composto principalmente por ativistas políticos, influenciadores digitais e canais de mídia alternativa que fazem oposição ao governo federal.
Já os contrários à imunização de crianças somaram 30,9% dos perfis analisados. A maioria deles, pertencente a políticos de direita e blogueiros e canais de mídia alternativa conservadores.
O maior número de referências à imunização infantil foi registrado no dia 20 de janeiro, quando 98 mil postagens foram feitas no Twitter. A maioria das declarações comentava sobre a notícia de uma criança que teria sofrido uma parada cardiorrespiratória após ter recebido o imunizante em Lençóis Paulistas (SP). O Ministério da Saúde investigou o caso e concluiu que a vacina contra a Covid-19 não causou a parada cardíaca.
Durante o período, as hashtags mais usadas sobre o tema foram “#derrubamalafaia”, que fazia críticas às declarações do pastor Silas Malafaia colocando em dúvida a vacinação de crianças e teve 34,3 mil postagens, “#vacinassalvamvidas” em segundo lugar com 6,6 mil menções e “#vacinasparacrianasja” com 4,2 mil tuítes.
No dia 17 de janeiro, o Twitter liberou um recurso no Brasil para denunciar tuítes que contenham desinformação. A ferramenta, ainda em fase de testes, já havia sido liberada nos EUA, Coreia do Sul e Austrália em agosto de 2021. Além do Brasil, a ferramenta estará disponível na Espanha e Filipinas.
Em comunicado, o Twitter disse que os países foram selecionados “porque queremos colher aprendizados de uma pequena, porém geograficamente diversificada, gama de regiões — incluindo aquelas em que o inglês não é o primeiro idioma — antes de tornar a ferramenta disponível globalmente”.