Com avanço da Delta, Rio recua a respeito de liberação de público em estádios
Paes garante que não haverá liberações enquanto o cenário epidemiológico não melhorar
Um dia depois de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ter anunciado protocolo para retomada de públicos nos estádios, com projeto-piloto para as partidas das quartas-de-final da Copa do Brasil, o Rio de Janeiro anunciou que não vai liberar a entrada de torcedores nos equipamentos esportivos.
A decisão foi confirmada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), nesta sexta-feira (13), durante coletiva de apresentação do boletim epidemiológico semanal. “Diante desse cenário agora, não tem. Nada será autorizado. Enquanto estiver esse cenário, a gente não vai atualizar nada. Agora serei eu o epidemiologista aqui”, afirmou, no Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio), ao lado do secretário municipal de Saúde Daniel Soranz.
O Rio já havia autorizado a retomada da presença de público em até 10% da capacidade do Maracanã, para que o Flamengo jogasse a partida de ida das quartas de final, contra o paraguaio Olimpia. O clube, no entanto, rejeitou a decisão, por considerar que o patamar baixo inviabilizaria a operação de abertura do estádio.
A liberação ocorrida no Rio seguia os patamares das duas concessões anteriores: a decisão da Taça Libertadores da América de 2020, em janeiro deste ano, e da final da Copa América, em julho. No entanto, nas duas ocasiões, houve problemas na organização da partida e nos acessos do público, e a Confederação Sul-Americana e Futebol (Conmebol) foi multada pelo município.
Ao rejeitar fazer o jogo contra o Olímpia no Maracanã, o Flamengo levou a partida para o Estádio Nacional Mané Garrincha, no Distrito Federal, onde o governo local, um dos patrocinadores do clube por meio do banco distrital, liberou a presença de até 25% da capacidade do equipamento esportivo.
Depois deste episódio, o Fluminense chegou a pedir à Secretaria Municipal de Saúde autorização para usar 10% da capacidade de público do Maracanã no jogo das quartas de final da Libertadores, contra o Barcelona de Guayaquil, do Equador. No entanto, no último dia 9, a pasta rejeitou o pedido, devido ao aumento de casos confirmados de Covid-19 e à disseminação da variante Delta.
Em 30 de julho, o município anunciou um plano de flexibilização gradual, em três fases, pelo qual previa para o dia 2 de setembro a retomada de 50% da capacidade de público nos estádios. A medida valeria exclusivamente para pessoas com esquema vacinal completo, usando máscara e álcool em gel, e dependeria, além da estabilidade dos indicadores da pandemia, de a cidade ter alcançado as metas de vacinar 77% da população com a primeira dose e 44% com a segunda.
Na ocasião, as medidas foram criticadas pelo Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19, formado por especialistas e representantes de autoridades de saúde das três esferas. O órgão é consultivo, mas não foi ouvido.
Na última segunda-feira (9), depois de ouvir o colegiado, o município recuou e decidiu que as medidas só serão adotadas quando 50% da população carioca tiver recebido as duas doses, o que deve atrasar o calendário.