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    CNN Sinais Vitais

    CNN Sinais Vitais mostra como a inteligência artificial tem sido aplicada à saúde

    Símbolo do que os especialistas definem como a “Revolução 4.0”, o uso dessa ferramenta não poderia ser ignorado pela medicina

    Lucas RochaMichelle TrombelliAlexandre Petilloda CNN , em São Paulo

    Não faz muito tempo, o nosso alcance a máquinas inteligentes se restringia aos roteiros de ficção-científica nos filmes. Hoje, algoritmos que calculam, indicam, surpreendem e facilitam nossas vidas estão presentes no cotidiano, desde a escolha do almoço ao amor para uma vida inteira. A Inteligência Artificial faz tanto parte de nossas vidas que vamos chamá-la de I.A.

    Símbolo do que os especialistas definem como a “Revolução 4.0”, o uso dessa ferramenta não poderia ser ignorado pela medicina. Esse é o tema do CNN Sinais Vitais, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, que vai ao ar na quarta-feira (8), às 22h30, logo após o Jornal da CNN, na faixa nobre da CNN Brasil.

    O episódio mostra uma conexão com o que já está sendo utilizado de mais moderno pela medicina brasileira e um olhar para as perspectivas para os próximos anos. Já imaginou uma máquina que imprime partes de um órgão, um rim ou um coração, abreviando a espera por um transplante?

    Processamento de grandes volumes de informação

    “A Inteligência Artificial nada mais é do que um novo modelo matemático ou de algoritmos que processa uma grande quantidade de informação de dados. Ela é inteligente, porque faz uma replicação do que nós faríamos na vida real. Só que ela é artificial, porque é um computador que faz”, explica Guilherme Rabello, engenheiro de inovação do Instituto do Coração (Incor).

    Segundo o especialista, a Inteligência Artificial é uma ferramenta fundamental diante do processamento de grandes quantidades de informações. “Nós conseguimos, de uma forma prática, real e concreta utilizar algoritmos e o computador para auxiliar a decodificar e entender o que as informações digitais estão nos mostrando”, conta Guilherme (veja entrevista no vídeo acima).

    Se podemos dizer que o conceito de I.A. está relacionado à capacidade de soluções tecnológicas realizarem atividades de um modo considerado inteligente, isso só é possível graças a sistemas de aprendizado que analisam grandes volumes de dados, possibilitando a ampliação do conhecimento. Nada melhor para abastecer essas máquinas com dados do que o Incor e o Hospital das Clínicas, em São Paulo.

    “Temos informação de milhões de indivíduos. Todos os resultados de exames: por imagens, sinais, exames de laboratório, medicação em uso, condição do paciente, diagnóstico. Muitos dos pacientes que estão nesta base de dados estão sendo seguidos no Incor há mais de 20 anos. Apenas por imagens, nós temos dois milhões de exames armazenados nesse equipamento, 45 milhões de exames de laboratório clínico e cerca de dois milhões de traçados de eletrocardiograma”, explica Marco Antônio Gutierrez, diretor do serviço de informática do Incor.

    Como a inteligência artificial transforma a área da saúde

    Desde 2020, uma parceria da Siemens Healthineers e o Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) criou o In.Lab. Um espaço destinado a startups e desenvolvedores que já tenham ou queiram criar projetos de Inteligência Artificial voltados às melhorias e soluções que abrangem diferentes etapas na jornada do paciente e na cadeia da saúde, como prevenção, diagnóstico e tratamento, até a gestão mais utilizada dos recursos financeiros.

    Para o presidente do In.Lab, Giovanni Cerri, a Inteligência Artificial vai transformar a saúde nos próximos anos com os protocolos de tratamento. “Vai trazer uma grande contribuição, que é dar mais segurança para o paciente. A I.A. consegue aumentar a pressão do diagnóstico, melhorar a velocidade da conduta, isso resulta justamente numa forma mais precisa de poder conduzir o tratamento de forma quase individual”, explica.

    Segundo Giovanni, a tecnologia também deve impactar na redução dos custos e trazer uma economia para os processos. “Estimamos que o impacto da Inteligência Artificial na saúde nos próximos cinco anos seja de um investimento de 35 bilhões, para poder principalmente beneficiar o paciente”, diz.

    Melhorias para o atendimento

    Para os profissionais envolvidos na aplicação dessa nova tecnologia no mundo da medicina, o foco dessa evolução é melhorar o atendimento ao paciente. Tanto para reduzir possíveis erros médicos, como otimizar custos do tratamento. Para exemplificar isso, a equipe da CNN apresenta o espaço Cubo Itaú, onde o médico e pesquisador Victor Gadelha busca respostas para atender melhor os pacientes com o uso da Inteligência Artificial.

    Gadelha abriu uma startup de realidade virtual para treinamento médico, com base na sua experiência na faculdade de medicina. Os atuais modelos, como o ensino com a utilização de cadáveres e modelos sintéticos, enfrentam desafios que envolvem questões éticas e altos custos. A realidade virtual permite a simulação de uma variedade de casos clínicos, uma vez que a modelagem gráfica é totalmente computacional.

    Contribuições de profissionais de diversas áreas

    Em Curitiba, no Paraná, a equipe apresenta a história do arquiteto de sistemas Jacson Fressatto, que criou o primeiro robô cognitivo gerenciador de riscos do mundo, após enfrentar um drama na sua vida pessoal. Em 2010, Jacson teve uma filha que nasceu prematuramente e acabou morrendo de sepse, uma infecção que mata mais de 230 mil brasileiros todos os anos. Hoje, o Robô Laura ajuda a salvar doze vidas por dia, operando em treze hospitais pilotos.

    Essa intersecção de profissionais de outras áreas com médicos, professores e especialistas da medicina é outro campo fértil para o desenvolvimento da I.A. na rotina hospitalar. “O mix de pessoas que são técnicas e que têm experiências específicas, sob a orientação de um médico, vai provocar a nossa indústria para ir para um outro patamar”, diz Emerson Gasparetto, Diretor Geral de Negócios Hospitalares e Oncologia da Dasa.

    Do centro de controle construído pelo grupo, a equipe de Gasparetto monitora dezenas de hospitais remotamente pelo país, identificando giros de leito, tempo de cirurgias e consultas, tudo para facilitar a vida do paciente e o trabalho dos profissionais de saúde. Seus algoritmos conseguem, inclusive, prever quando um paciente vai faltar a uma cirurgia ou a uma consulta marcada. Abrindo espaço na agenda para outra pessoa ou liberando sua equipe para outro tipo de atendimento.

    “Quando apareceu o estetoscópio, o médico tinha medo de que ele fosse perder a relação médico-paciente. Por que, como é que ele escutava no passado? Colocava o ouvido no paciente, no peito do paciente. O ‘esteto’ separa o médico do paciente e existia um medo, um fantasma que o ‘esteto’ fosse substituir o médico. Nunca. Então, da mesma maneira, 100 anos se passaram e obviamente a inteligência artificial é mais um instrumento para o médico usar”, afirma Roberto Kalil.

    Jacson Fressatto, criador do Robô Laura, compartilha da mesma opinião. “Nós estamos tendo oportunidade de escrever e talvez consolidar informações que as próximas gerações vão ter. Como aconteceu em vários momentos na história da humanidade. É isso que eu acredito. O que eu fiz foi uma ferramenta para o médico. Com essas ferramentas, você transforma o médico em um super-herói”, conclui.

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