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    CNN Sinais Vitais estreia nova temporada com episódio sobre 2 anos da Covid-19

    Episódio aborda a crise sem precedentes que afetou a economia, a educação, o cotidiano e a saúde mental de milhões de brasileiros e pessoas ao redor do mundo

    Lucas RochaPriscila Mannida CNN , em São Paulo

    Casos de pneumonia de origem desconhecida. Assim foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS) os primeiros indícios, ainda em 2019, do que viria a ser a doença designada Covid-19 – uma junção dos termos doença do coronavírus em inglês “coronavirus disease” com o acréscimo do ano de identificação.

    Nos últimos dois anos, acompanhamos reflexos do rápido espalhamento pelo mundo do vírus detectado em Wuhan, na China. Os impactos foram devastadores para os sistemas de saúde públicos e privados dos países. Falta de leitos hospitalares, escassez de insumos e de equipamentos de proteção individual, luta na compra das primeiras vacinas. As lições em saúde pública são inúmeras, de acordo com médicos e cientistas.

    A nova temporada do CNN Sinais Vitais começa com um balanço dos últimos dois anos da pandemia de Covid-19. Uma crise sem precedentes que afetou a economia, a educação, o cotidiano e a saúde mental de milhões de brasileiros e pessoas ao redor do mundo.

    O episódio de estreia da nova temporada, com o cardiologista Roberto Kalil, estreia neste domingo (24), às 19h30, reforçando o conteúdo diversificado com a marca CNN Soft.

    O programa traz reflexões e aprendizados dos especialistas que estiveram na linha de frente contra o vírus.

    “Nesses dois anos, tivemos que trabalhar incessantemente”, conta Jorge Kalil, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Incor. Segundo ele, foram dois anos de dedicação total à medicina e à ciência. “Talvez eu nunca tenha trabalhado tanto na minha vida”, aponta.

    A sobrecarga de trabalho e o medo de uma doença desconhecida levaram muitos profissionais ao limite.

    “O que eu mais senti foi uma carga de estresse bastante elevada. Eu geralmente durmo muito bem, mas acordava duas, três horas da manhã e não conseguia dormir mais. Sempre aquilo na cabeça porque é a ideia da luz no escuro: se na luz de vela não há ventania, como vai ser amanhã?”, relata o diretor do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Antonio Serafim.

    O médico infectologista David Uip afirma que apresentou sintomas de pânico desencadeados pelo estresse. “Era um medo diferente de quando eu tive Covid. Com a Covid, eu tinha aquele receio do dia seguinte, como vou acordar amanhã. Quando tive esse esgotamento físico e emocional, eu tive medo de morte iminente, eu sentia que não ia dar”, revela.

    Kalil conversa também com o professor e filósofo Mario Sergio Cortella, que apresenta reflexões sobre dor e medo como mecanismos de proteção da integridade.

    “As duas coisas servem para que eu não me arrisque à toa ou eu tenha um sinal vital de que alguma coisa não está indo bem, nesse sentido dor e medo não são ruins. No entanto, quando o medo é maximizado, ele se torna quase pânico e o medo transformado em pânico leva a um descontrole, leva quase a uma inação, a uma desorientação”, diz Cortella.

    Diversos impactos da pandemia

    O episódio também conta com a participação da médica Ho Yeh Li, que foi a primeira a ir para Wuhan, epicentro da pandemia, em resgate aos brasileiros que estavam na China. Ela destaca que além das consequências físicas, a contaminação também pode provocar sequelas emocionais.

    “A gente tem o lado físico e tem o lado emocional também. Nem é só quem teve Covid, mas as pessoas que foram indiretamente afetadas nessa pandemia, as famílias, aqueles que perderam (pessoas), a quantidade de órfãos que a gente tem”, diz Ho, que atua como coordenadora da UTI de doenças infecciosas do Instituto Central do Hospital das Clínicas.

    A doença de transmissão respiratória pode provocar uma série de sintomas que vão além dos reflexos de danos aos pulmões, como a dificuldade para respirar. Pessoas que sofrem com a chamada “Covid-19 longa” podem apresentar quadros que incluem alterações neurológicas, de comportamento, insônia, dores musculares e nas articulações. Recuperados também podem apresentar perda de olfato e de paladar, quadros clínicos chamados tecnicamente de anosmia e ageusia, respectivamente.

    Apesar dos impactos para a saúde mental, pacientes recuperados também afirmam sair fortalecidos da doença. “Aprendi coisas boas, principalmente a solidariedade da população”, diz Carlos Carvalho, diretor da Divisão de Pneumologia do Incor e médico que chefiou os protocolos de tratamento da Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

    A pesquisadora Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina e do Instituto de Medicina Tropical da USP, liderou o grupo que realizou o primeiro sequenciamento genômico do novo coronavírus no Brasil. Ela afirma tirar duas lições positivas da pandemia: “saímos mais fortalecidos e as pessoas passaram a entender melhor o que os cientistas fazem”.

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