Clínicas não querem concorrência com as vacinas do SUS, diz associação
Clínicas particulares brasileiras negociam a compra de 5 milhões de doses de uma vacina contra Covid-19 com um laboratório indiano
Clínicas particulares brasileiras negociam a compra de 5 milhões de doses de uma vacina contra a Covid-19 com o laboratório indiano Bharat Biotech. O imunizante, chamado de Covaxin, teve o uso emergencial aprovado na Índia no fim de semana pelas autoridades de saúde locais.
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (4), Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), afirmou que o imunizante não fará concorrência os que serão fornecidos pelo Sistema Público de Saúde (SUS).
“A gente não quer nenhuma concorrência com as vacinas que serão fornecidas pelo sistema público. Tem que ser doses adicionais do que está sendo contratado pelo governo federal para não haver concorrência. E a Bharat Biotech é a única, por enquanto, que já abriu essa possibilidade real de fornecimento dessas vacinas. Estamos aguardando as outras indústrias”, afirmou.
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De acordo com Barbosa, a ideia da associação é “ajudar” o Executivo federal a vacinar a classe trabalhadora.
“Entendemos que o trabalhador que está exposto e é economicamente ativo vai estar na última fila, por uma questão de prioridade corretamente acertada pelo Ministério da Saúde. Queremos atender o mercado trabalhador para que ele possa voltar a trabalhar”, argumentou.
A vacina da Índia deve ser administrada em duas doses com intervalo de duas semanas entre elas. Questionado sobre quanto custaria a dose, o presidente da ABCVAC disse que não chegou a essa fase da negociação. “Estamos na fase da viabilização da vacina.”