Cientistas estudam solução salina para tentar conter replicação do coronavírus
À CNN Rádio, Talita Glaser, uma das autoras do estudo, explicou como a solução próxima ao soro caseiro funcionaria contra o vírus
Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que uma solução salina hipertônica – algo como um “soro caseiro”, composto de água com uma determinada quantidade de sal – seria capaz de inibir a replicação do novo coronavírus nas células infectadas.
Em entrevista à CNN Rádio, uma das autoras do estudo, Talita Glaser, explicou que a pesquisa foi realizada em células epiteliais de pulmão e de rim e diversas concentrações de sal foram testadas.
Segundo Talita, a ideia dos cientistas foi similar a dos sprays nasais contra gripe. Quando a célula infectada entra em contato com a solução salina, há “um stress” nela para manter o equilíbrio.
“Quando a gente aumenta a concentração de sal, as células tendem a perder água, a célula tem que fazer um controle de carga, de íons”, disse Talita Glaser.
Dessa forma, a célula teria que “gastar” mais energia e, com isso, o vírus não teria como se replicar, justamente pela falta de energia.
“Nosso corpo está acostumado com esse stress, controla a fluidez do muco, por exemplo, depende da concentração de sal, ela não danifica a célula, a única coisa é que, como tudo na natureza é econômico, a falta de energia ajuda no retardamento e diminui a infecção viral”, contou.
Agora a solução deve passar por testes clínicos em humanos – com uso de spray nasal e nebulização com solução salina. “É esperado que haja diminuição na infecção e na transmissão do coronavírus, mas a certeza só virá com testes clínicos.”
De acordo com Talita, os testes podem durar de 6 meses a 2 anos, a depender dos resultados.
*Com produção de Bel Campos