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    China luta para conter Ômicron enquanto restrições aumentam nas maiores cidades

    País enfrenta o pior desafio para meta de 'Covid zero' à medida que variantes do coronavírus se espalham e deixam milhares de pessoas em confinamento

    Nectar Ganda CNN , Hong Kong

    A cidade portuária de Tianjin, no norte da China, e a província central de Henan, reforçaram ainda mais as restrições contra a Covid-19, à medida que a altamente contagiosa variante Ômicron continua a se espalhar, representando o maior desafio até agora para a estratégia de “Covid zero” do país.

    Tianjin, que detectou no sábado (8) a primeira disseminação comunitária de Ômicron da China, está realizando uma segunda rodada de testes em massa em seus 14 milhões de habitantes nesta quarta-feira (12). Até o meio-dia de terça-feira, 97 pessoas haviam testado positivo.

    O surto já se espalhou para Anyang, uma cidade na província de Henan, a cerca de 482 quilômetros de distância, provocando um lockdown completo. Nesta quarta-feira, a cidade de Dalian, no nordeste da China, disse que dois recém-chegados de Tianjin testaram positivo – levantando temores de que a nova variante tenha se espalhado para mais outra cidade.

    O surto de Ômicron é particularmente preocupante para as autoridades em Pequim, que fica a cerca de 130 quilômetros a noroeste de Tianjin – e a cerca de 30 minutos via trem de alta velocidade. A capital chinesa deve sediar os Jogos Olímpicos de Inverno que começam em 4 de fevereiro.

    Aplicação massiva de testes da Covid-19 organizada pela prefeitura de Tianjin, na China, em 12 de janeiro de 2022 / Future Publishing via Getty Imag

    Em entrevista coletiva na terça-feira, autoridades de Tianjin disseram que todos os serviços de ônibus para Pequim foram suspensos. As passagens de trem de Tianjin para Pequim estão fechadas para compra online desde domingo à noite.

    Na quarta-feira, 425 voos foram cancelados no Aeroporto Internacional Tianjin Binhai, representando 95% de todos os voos programados, de acordo com o aplicativo de rastreamento de voos VariFlight.

    No domingo, as autoridades de Tianjin ordenaram que os cidadãos não deixassem a cidade, a menos que fosse absolutamente necessário. Aqueles que quiserem sair devem apresentar um teste negativo de Covid-19 feito dentro de 48 horas e obter aprovação de seu empregador ou escritórios do governo local.

    Ao enfrentar a Ômicron diretamente, descobrimos que a velocidade de transmissão é realmente muito rápida. Portanto, seja em termos de rastreamento de origem do vírus, investigações epidemiológicas ou restrições e controles, a variante Ômicron trouxe desafios enormes e sem precedentes.

    Zhang Ying, vice-diretora do centro de controle de doenças de Tianjin, em entrevista à emissora estatal CCTV, na segunda-feira (10)

    Na terça-feira, a cidade de Anyang, na província de Henan, foi colocada sob estrito lockdown, depois que dois casos de Ômicron ligados ao surto de Tianjin foram identificados no fim de semana. A cidade registrou um total de 123 casos.

    Em Anyang, todos os 5,5 milhões de moradores estão confinados em suas casas, enquanto empresas e fábricas estão fechadas. Mais de 4 mil alunos e funcionários de uma escola foram transferidos para instalações de quarentena administradas pelo governo, depois que quase uma dúzia de pessoas testaram positivo para o vírus. Vídeos da mídia estatal mostram alunos do ensino fundamental ao ensino médio em trajes como macacões de proteção completos sendo levados aos ônibus.

    Laboratório temporário construído em Tianjin, China, para analisar as amostras de testes da Covid-19, em 11 de janeiro de 2022 / VCG via Getty Images

    Um estudante universitário que retornou para as férias de inverno em Anyang, vindo de Tianjin em 28 de dezembro, teria trazido de volta o vírus – sugerindo que a variante já está se espalhando em Tianjin há quase duas semanas, pelo menos.

    Nesta quarta-feira, as autoridades de saúde da cidade de Dalian, na província de Liaoning, disseram que dois estudantes universitários que retornaram de Tianjin no sábado testaram positivo para a Covid-19 pela manhã.

    As autoridades não especificaram se os alunos contraíram a Ômicron, mas o histórico de viagens mostrou que eles passaram cinco dias no distrito de Jinnan, onde o surto de Ômicron foi mais grave, antes de sair de Tianjin via trem. Eles testaram negativo quando deixaram Tianjin – e novamente na segunda-feira, depois de chegarem em Dalian.

    A chegada da Ômicron levantou novamente preocupações sobre a eficácia das vacinas fabricadas na China, como a Sinovac e a Sinopharm.

    As vacinas, incluindo as mais eficazes de mRNA feitas no ocidente, fornecem menos proteção contra a Ômicron. Dados dos Estados Unidos mostram que pessoas totalmente vacinadas agora representam uma parcela crescente de pessoas hospitalizadas com Covid-19, mas as hospitalizações entre pessoas que receberam uma dose de reforço ainda são raras, e a lacuna no risco por status de vacinação – especificamente entre não indivíduos vacinados – tem sido ampla.

    Em Tianjin, investigações epidemiológicas em 80 pessoas infectadas com a Ômicron descobriram que 76 delas estavam totalmente vacinadas com vacinas chinesas, incluindo 20 que receberam uma dose de reforço. Três haviam recebido apenas uma dose, enquanto um indivíduo, uma criança, ainda não havia sido vacinado.

    A China não aprovou a Pfizer ou outras vacinas de mRNA fabricadas no ocidente.

    Além da Ômicron, os casos da variante Delta continuaram a surgir em todo o país, levando as autoridades locais a impor uma série de restrições. Uma lista crescente de cidades, incluindo Pequim, pediu aos moradores que não deixem a cidade durante o feriado do Ano Novo Lunar (ou Ano Novo Chinês), o festival mais importante para o povo chinês se reunir com a família.

    Em Zhengzhou, capital da província de Henan, as autoridades fecharam na terça-feira todos os serviços não essenciais, como salões de beleza, proibiram jantares em restaurantes e suspenderam ônibus e táxis em áreas de maior risco. Zhengzhou registrou mais de 100 casos este ano.

    Em Yuzhou, outra cidade de Henan, os 1,2 milhão de habitantes estão trancados desde 2 de janeiro para combater um surto da Delta, que infectou 234 pessoas.

    Em toda a China, cerca de 20 milhões de pessoas estão agora sob estrito lockdown, incluindo 13 milhões de moradores da cidade de Xian, no noroeste, que estão entrando em sua terceira semana de confinamento domiciliar.

    Na metrópole de Shenzhen, ao sul, oito casos da Delta foram relatados desde sexta-feira. As autoridades de saúde de Shenzhen culparam os produtos importados como a provável fonte do surto.

    Nesta quarta-feira, a China relatou 166 infecções sintomáticas, incluindo 118 na província de Henan, 33 em Tianjin, 8 em Xian e 7 em Shenzhen.

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