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    Chance de contaminação por Covid ao tocar superfícies é menor que 1%, diz estudo

    A imunologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo afirmou que essas medidas de limpeza são dispensáveis; já o uso da máscara e a higienização das mãos são fundamentais

    Pesquisadora indicou outras medidas, como uso de máscara, como mais importantes que higienização de superfícies
    Pesquisadora indicou outras medidas, como uso de máscara, como mais importantes que higienização de superfícies Omar Marques/Getty Images

    Beatriz Puenteda CNN*

    No Rio de Janeiro

    Higienizar os produtos comprados no mercado, limpar solas de sapato e trocar de roupa imediatamente ao chegar em casa são hábitos que a população desenvolveu para se proteger do novo coronavírus. Um estudo, porém, apontou que o risco de contaminação é de cinco a cada 10 mil vezes em casos que a pessoa toca uma superfície com presença do vírus, ou seja, menos de 1%.

    A imunologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo afirmou que essas medidas de limpeza são dispensáveis, porque o vírus fica, predominantemente, suspenso no ar. Já o uso da máscara e a higienização das mãos são fundamentais.

    “Não é mais necessário que ninguém perca tempo com isso. Muito menos sola de sapato, nada disso é importante, o importante é proteger-se usando máscaras de boa qualidade e saber que a contaminação está ligada ao ambiente”, pontuou a pesquisadora.

    Estudo realizado na Bahia

    O estudo foi feito na cidade de Barreira, na região oeste da Bahia. As amostras foram coletadas de junho de 2020 até maio de 2021 na principal área de mercado do município, que inclui lojas, supermercados, restaurantes, lanchonetes, bares e pontos comerciais.

    O estudo compara duas possíveis situações de contágio. Na primeira, um homem infectado com a Covid-19 entra em contato com uma pessoa saudável e conversa, negligenciando o uso de máscara e o distanciamento social. Após o contato, a pessoa é infectada com o vírus.

    Na segunda situação, um homem infectado pega vários objetos, como celular, dinheiro e máquinas de cartão, por exemplo, e um homem saudável entra em contato com os mesmos objetos e acaba não sendo infectado.

    “Concluímos que, até o momento, o meio ambiente e os materiais inanimados não tiveram um papel importante na transmissão da Covid-19 na cidade de Barreiras. Portanto, provavelmente, resultados semelhantes podem ser encontrados em outras cidades, principalmente aquelas com cenário epidemiológico Covid-19 semelhante ao da cidade de Barreiras”, diz a pesquisa.

    O que diz a OMS

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a principal forma de infecção pelo novo coronavírus é a exposição a fluidos respiratórios de pessoas portadoras do vírus. Isso pode ocorrer de três maneiras:

    • inalação de gotículas respiratórias e aerossóis,
    • deposição de gotículas respiratórias no nariz, boca ou olhos,
    • tocar as membranas mucosas com as mãos contaminadas por fluidos respiratórios que contêm o vírus.

    No final de 2020, foram comercializados US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) em desinfetantes, um aumento de mais de 30% em relação ao ano anterior.

    Segundo uma pesquisa da Euromonitor International, o Brasil pode se tornar o quarto país que mais gasta com produtos de limpeza, atrás de Estados Unidos, China e Japão. Em 2020, ano do início da pandemia da Covid-19 no Brasil, o país ocupou o sexto lugar no ranking.

    (*Sob supervisão de Cláudia Tavares)