Cerveja “refrescante” e fast food para ressaca: mitos e verdades sobre o consumo de álcool
Especialistas alertam para os efeitos da desidratação e do consumo exagerado que leva à intoxicação
Verão, férias, festas com amigos e Carnaval – o “combo” certo para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas com a promessa de socializar e “refrescar”.
Só que, muitas vezes, a bebida pode ter um efeito contrário ao esperado.
Em entrevista à CNN, Artur Oliveira, médico de família e comunidade, explica que a capacidade do álcool de refrescar é apenas uma ilusão de marketing disseminada por comerciais alusivos ao verão e que, na verdade, beber em excesso pode causar desidratação – entre outros problemas.
Segundo o clínico geral Alfredo Salim, do Hospital Sírio Libanês, quando há um consumo exagerado, seja de bebidas destiladas ou fermentadas, ocorre um processo de intoxicação alcoólica.
Os efeitos no cérebro, dependendo da tolerância de cada pessoa, geram mudanças no raciocínio, na capacidade de compreensão e até no equilíbrio do próprio corpo. Tudo isso pode levar, inclusive, a um coma alcoólico, em que a pessoa perde todos os sentidos.
Quando termina a intoxicação, vem a famosa ressaca. Mal-estar, dor de cabeça, dores pelo corpo e enxaqueca são apenas alguns dos sintomas que quem exagerou na bebida já experimentou.
Veja algumas verdades e mitos sobre ela, segundo os especialistas:
Quanto tempo dura a ressaca?
A ressaca pode durar até 12 horas após o consumo de álcool. Cada dose de bebida demora cerca de uma hora para ser expulsa do corpo, mas os seus efeitos se estendem pelo dia seguinte.
Quem é mais propenso a ter?
Se a pessoa é “forte”, sadia – com rins e fígado saudáveis –, e está acostumada a tomar pequenas doses de bebida, ela consegue se recuperar mais rápido. Caso seja uma pessoa com órgãos desgastados, a recuperação é mais lenta.
Jovens que nunca beberam ainda não desenvolveram tolerância. Por isso, a recuperação também será mais lenta.
Como evitar os efeitos da ressaca?
Claro que “não beber” é a resposta óbvia. Mas caso não seja esse o cenário, o ideal é evitar o consumo exagerado: “Uma dose por dia para mulher e duas para o homem dificilmente vão levar à ressaca ou aos efeitos de intoxicação”, diz o médico.
Não beber de estômago vazio e alternar com o consumo de água, sucos e refrigerantes também pode ajudar, aconselhou Oliveira.
O mito das comidas gordurosas
É relativamente comum ouvir dizer que um hambúrguer de fast food pode “curar” a ressaca. Mas os especialistas alertam que essa concepção é um mito.
A comida gordurosa representa um desconforto a mais para o sistema digestivo e pode trazer, inclusive, a piora das náuseas. O certo é ingerir uma refeição mais equilibrada, com legumes e verduras.
O calor piora a ressaca?
Apesar de o calor não ter nenhum efeito direto sobre a intensificação dos efeitos do álcool, o número de atendimentos de acidentes por pessoas embriagadas dispara no verão.
“Afogamentos de adultos e crianças, acidentes de carro. Tudo isso pode ser evitado se houver prevenção e o cuidado necessário”, aconselhou Alfredo Salim.