Casos de infecção por HIV caíram 55% em 7 anos na cidade de São Paulo
Queda significativa está associada ao aumento do uso da PrEP, medicamento preventivo oferecido gratuitamente pelo SUS
A cidade de São Paulo registrou uma queda histórica de 55% nos novos casos de infecção por HIV nos últimos sete anos, conforme revelado pelo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde. Esta é a primeira vez em quatro décadas que a capital paulista observa uma redução tão significativa.
Em 2016, foram registradas 3.761 novas infecções, número que diminuiu para 1.705 em 2023. A redução mais acentuada ocorreu entre os jovens de 15 a 29 anos, com uma diminuição histórica de 57% nessa faixa etária.
Centro da cidade lidera redução de casos
Embora a taxa de detecção tenha diminuído em todas as regiões da capital paulista, o centro da cidade se destacou com uma queda impressionante de 75% entre 2016 e 2023. A taxa passou de 139,5 para 35,4 casos por 100 mil habitantes nessa localidade.
Especialistas e autoridades em saúde atribuem esse avanço no controle do HIV principalmente à expansão do método de profilaxia pré-exposição, conhecido como PrEP. O número de novos cadastros para usar a PrEP em São Paulo teve um aumento de 865% entre 2018 e 2023, segundo dados da prefeitura.
PrEP: medicamento preventivo gratuito
A PrEP é uma combinação de medicações originalmente desenvolvidas para tratar o HIV, mas que se mostraram altamente eficazes na prevenção. O medicamento é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país.
“Hoje, o conceito de PrEP está muito amplo. Então, hoje a gente fala que a PrEP deve ser tomada por todos aqueles que gostariam de uma proteção a mais para que se protejam ao HIV”, explica um especialista.
Além desse método de prevenção, outras políticas públicas, como o aumento da testagem, impactaram na trajetória da redução dos casos de infecção pelo HIV no Brasil.
No entanto, apesar do importante avanço, ainda existem desafios significativos, principalmente no que diz respeito às disparidades de gênero e raça, com taxas de HIV significativamente mais altas entre homens e pessoas negras.
A meta é erradicar a transmissão do HIV até 2030, um objetivo que se torna cada vez mais realista com as novas medicações, tanto de tratamento quanto de prevenção.
Para isso, é fundamental manter o diálogo sobre o tema, promover a conscientização sobre a PrEP e outras formas de prevenção, além de continuar enfatizando a importância do uso de preservativos.