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    Casos de dengue aumentam 300% e causam 14 mortes no Rio de Janeiro em 2022

    Estado registra neste ano mais de 10,4 mil casos da doença

    Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, será combatido por mosquitos geneticamente modificados em arquipélago americano
    Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, será combatido por mosquitos geneticamente modificados em arquipélago americano Raul Santana/Reprodução Fiocruz

    Vinícius Lisboada Agência Brasil

    Os casos de dengue no estado do Rio de Janeiro aumentaram 300% neste ano, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES). A comparação leva em conta os meses de janeiro a outubro deste ano e o mesmo período de 2021. 

    De acordo com a SES, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) contabiliza 10.471 casos de dengue neste ano, com 14 vítimas fatais. No ano passado, foram registrados 2.613 casos e quatro mortes pela doença até outubro.

    De acordo com o levantamento, a incidência da chikungunya também cresceu no estado, porém com intensidade menor. Os casos aumentaram 24%, com 611 diagnósticos e nenhum óbito em 2022.

    Consideradas arboviroses urbanas, as duas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a zika. Esta terceira enfermidade, porém, teve redução de casos em 2022.

    Plano de contingência

    A Secretaria de Estado de Saúde alerta que a população deve se engajar na eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, que depende de locais com água parada para depositar seus ovos e se multiplicar.

    A chegada do fim do ano, tradicionalmente, aumenta o número de focos do mosquito, e, para combatê-los, foi lançado nesta segunda-feira (24) o Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Urbanas causadas pelo Aedes aegypti 2022/2024.

    O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse que o plano vai preparar o estado para dar uma resposta rápida, na eventualidade de uma epidemia, e inclui uma campanha de conscientização da população. “O mosquito da dengue vive preferencialmente dentro das nossas casas, por isso é tão importante que todos dediquem 10 minutos por semana para eliminar os focos”, afirmou.

    O plano estadual prevê desde a capacitação de profissionais de saúde para o atendimento adequado dos casos suspeitos até ações de contingenciamento, como por exemplo, a estruturação de centros de acolhimento em unidades de saúde e unidades de pronto atendimento (UPAs), considerando as especificidades da doença.

    Dengue tipo 2

    A onda de casos registrada neste ano, em parte, pode ser explicada pelo retorno do sorotipo 2 do vírus da dengue, que não circulava no estado do Rio de Janeiro desde 2008.

    O secretário de Saúde lembra que o sorotipo foi o responsável pela maior epidemia de dengue já enfrentada pelo estado do Rio de Janeiro, em 2008, e sua reentrada tem sido monitorada desde 2019.

    “Quem nasceu depois desse período [2008] não tem imunidade para esse subtipo do vírus. Por isso, temos uma importante parcela da população suscetível, o que pode levar ao aumento da transmissão”, explica Chieppe.

    O controle da dengue depende de que a população tome cuidados em suas casas e locais de trabalho para impedir o acúmulo de água parada em locais como vasos de plantas, pneus, garrafas, piscinas sem uso e sem manutenção, caixas d’água destampadas, e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

    Para auxiliar a população a impedir o acúmulo de água parada em locais expostos e eliminar focos de mosquito, a secretaria de Saúde recomenda verificar se a caixa d’água está bem tampada; deixar as lixeiras bem tampadas; colocar areia nos pratos de plantas; recolher e acondicionar o lixo do quintal e limpar as calhas.

    É preciso ainda cobrir piscinas; tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários; limpar a bandeja externa da geladeira; limpar e guardar as vasilhas dos animais de estimação; limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado; cobrir bem a cisterna e os demais reservatórios de água.