Capacitação para diagnóstico da varíola dos macacos é necessária, diz virologista
À CNN Rádio, Edson Elias, o coordenador da capacitação de laboratórios de 7 países da América do Sul, afirmou que números da monkeypox começam a preocupar
A Organização Pan-Americana de Saúde, ao lado do Ministério da Saúde e da Fiocruz, organizou a primeira capacitação para diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos para profissionais de saúde de sete países da América do Sul.
O coordenador desta iniciativa, Edson Elias, que também é virologista e chefe do laboratório de Enterovírus da Fiocruz, explicou à CNN Rádio que a doença “não é comum no hemisfério Sul”.
“Na verdade, ela é endêmica da África, mas, diante do aparecimento de casos com transmissão local, torna-se necessária uma vigilância em todos os sentidos para conter a doença”, disse.
Segundo o virologista, essa vigilância “conta com o laboratório a partir da identificação do vírus poder saber se ele está circulando, é importante a capacitação para outros países da América do Sul.”
Edson Elias afirmou que eles, agora, “terão a capacidade de fazer localmente o diagnóstico laboratorial da doença.”
No Brasil, já são três casos confirmados da chamada “monkeypox” – dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul.
Todos os pacientes tiveram viagens recentes para países como Portugal e Espanha e têm o quadro clínico bom.
Edson Elias acredita que há potencial para que a varíola dos macacos seja preocupante. “Embora a OMS não acredite que será uma emergência sanitária no nível da Covid-19, está havendo transmissão de pessoa para pessoa.”
“A doença não tem a mesma gravidade da varíola original, mas em porcentagem pequena causa sérios danos”, completou.
De acordo com ele, a máscara é uma ferramenta importante de proteção, assim como a procura de um profissional de saúde ao primeiro sinal de sintomas.
*Com produção de Isabel Campos