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    Câncer colorretal: quando a amputação do reto é indicada?

    Em entrevista ao Fantástico, a cantora Preta Gil revelou que passou pela cirurgia como parte de seu tratamento contra o tumor

    Gabriela Maraccinida CNN

    A cantora Preta Gil, 50, revelou em entrevista ao Fantástico no último domingo (8) que precisou passar por uma cirurgia de amputação do reto no ano passado como parte do seu tratamento contra o câncer colorretal. A artista foi diagnosticada com a doença em 2023 e, no mês passado, compartilhou que enfrenta uma recidiva do câncer, com quatro novos focos.

    “Tudo nessa doença é um grande tabu. Eu amputei o reto e eu não posso ter vergonha porque é a minha realidade”, afirma Preta, durante a entrevista ao programa da TV Globo.

    De acordo com Rodrigo Barbosa, cirurgião do aparelho digestivo sub-especializado em cirurgia bariátrica e coloproctologia do corpo clínico dos hospitais Sírio-Libanês e Nove de Julho, a amputação do reto é necessária em casos em que o câncer está localizado na parte mais baixa do reto e não pode ser removido de outra forma.

    “As opções de tratamento mais comuns para o câncer colorretal incluem quimioterapia, radioterapia — e elas podem e devem ser combinadas, terapia-alvo e cirurgia”, explica Barbosa, à CNN. Quando essas opções do tratamento não levaram à remissão do tumor, e se ele estiver muito próximo ao ânus, é necessária a amputação.

    Na amputação, o cirurgião remove o reto e, em alguns casos, a porção inferior do intestino grosso. A depender do estágio da doença, pode não ser possível conectar seções saudáveis do cólon, sendo necessária a colostomia — procedimento em que o intestino é movido para uma abertura abdominal para que as fezes sejam coletadas por uma bolsa (conhecida como bolsa de colostomia).

    “A amputação do reto pode impactar na vida do paciente com mudanças no controle das fezes, podendo haver necessidade do uso de bolsa de colostomia, a depender do estágio da doença”, afirma Barbosa.

    O que é câncer colorretal?

    O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima, para o período entre 2023 a 2025, mais de 45 mil casos de câncer no intestino por ano. Segundo o Instituto, são esperados cerca de 20 novos casos a cada 100 mil homens e de 21 a cada 100 mil mulheres.

    O câncer colorretal abrange os tumores localizados no intestino grosso (cólon) e na porção final do intestino (reto). Inicialmente, ele pode não apresentar sintomas, mas, conforme avança, pode causar sangramento ao evacuar, dor abdominal, prender ou soltar o intestino e alterar a aparência e consistência das fezes (mais finas).

    Entre os fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer colorretal estão o estilo de vida (sedentarismo, consumo exagerado de alimentos ultraprocessados e alto consumo de álcool), obesidade, tabagismo e presença de pólipos no intestino.

    A colonoscopia é a principal forma de diagnosticar precocemente a doença, pois é através dela que é retirada uma amostra da mucosa do intestino, que será enviada para biópsia. A cirurgia de desobstrução intestinal também pode detectar a doença, mas já em estágios avançados.

    A Sociedade Brasileira de Coloproctologia indica que o rastreamento do câncer colorretal, na população geral, deva iniciar aos 45 anos para todas as pessoas. Nos casos em que há histórico familiar, recomenda-se realizar o rastreio 10 anos antes da idade que o parente tinha quando foi diagnosticado.

    O tratamento do câncer colorretal varia conforme o estágio da doença, podendo incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, medicamentos, imunoterapia e terapia-alvo.

    “[Além da amputação do reto] Outros procedimentos cirúrgicos no tratamento do câncer colorretal incluem ressecção do cólon, dos linfonodos, em casos de metástase hepática pode ser necessário retirar parte do fígado. Estes são realizados de acordo com a localização e o estágio do câncer, bem como a saúde geral do paciente”, afirma Barbosa.

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