Campinas está no limite, diz prefeito sobre leitos de UTI
A terceira maior cidade de São Paulo decidiu endurecer as medidas para tentar frear o avanço do coronavírus
O prefeito de Campinas, Dário Saad (Republicanos), afirmou à CNN nesta quinta-feira (18) que o sistema público de saúde do município está no limite, e que tem feito um esforço imenso para ampliar o atendimento e leitos de UTI e enfermaria. Ele alertou ainda que se não houver uma diminuição da transmissão do vírus, o sistema de saúde não conseguirá atender todos os pacientes.
“O sistema público já está em seu limite. Só nessa semana vamos ampliar em 30 leitos de UTI. Os leitos do município de Campinas devem chegar a mais de 160 durante essa semana. O governo do estado, no auge da pandemia do ano passado, teve 93 leitos de UTI e hoje tem só 30 na cidade. [O governo de São Paulo] se comprometeu a ampliar mais 10 leitos na Unicamp e mais 20 no AME [Ambulatório Médico de Especialidades], que é uma estrutura no estado”, explicou.
Medidas de restrições
Diante do aumento de infecções por Covid-19, Campinas, a terceira maior cidade de São Paulo decidiu endurecer as medidas para frear o avanço da doença. Durante a entrevista, o prefeito do município falou sobre o toque de recolher — entre 20h e 5h — as penalidades para quem realiza festas clandestinas e eventos em casa com mais de dez pessoas.
“Com relação às festas, nós temos três telefones — 156, 153 e 160 — onde as pessoas podem fazer as denúncias. Em relação ao toque de recolher a partir das 20h, temos um acordo com a Polícia Militar, Polícia Civil e a Guarda Municipal, que vão fazer operações na cidade a partir das 20h perguntando para as pessoas o que elas estão fazendo na rua e orientando para que elas se dirijam para as suas residências. A multa era em torno de R$ 1.500 e vai chegar a algo em torno de R$ 3.500. Além da multa, o estabelecimento que estiver as atividades irregulares pode ser lacrado no momento”, explicou Saad.
Falta de coordenação
O prefeito de Campinas disse ainda que as medidas de restrições têm um único objetivo, que é reduzir a transmissão do novo coronavírus, e afirmou que “seria muito melhor” se houvesse uma coordenação nacional definindo as regras claras para o isolamento nas regiões.
“Agora, por conta da falta de coordenação nacional ou estadual, mas principalmente nacional, nós não vamos ficar de braços cruzados e deixar as pessoas morrerem na porta do hospital. O município tem que tomar uma decisão porque quem está vendo o sofrimento e as dores das famílias é o próprio município, que atende os casos graves da Covid-19 é o próprio município.”
(*supervisionado por Elis Franco)