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    Caiado descarta lockdown e Dino aposta em solidariedade para conter Covid-19

    Governadores de Goiás e Maranhão participaram de debate online nesta terça-feira (5)

    Da CNN, em São Paulo

    Os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), participaram nesta terça-feira (5) de um debate produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para discutir o federalismo no Brasil em tempo de Covid-19. Caiado afirmou que descarta a possibilidade de lockdown para Goiás, porém, que as medidas podem ser mais restritivas caso não haja cumprimento de regras. Em contrapartida, Flávio Dino falou sobre a solidariedade e troca de médicos entre estados como uma alternativa para amenizar a crise de Covid-19 no Brasil.

    Em uma análise de como seria possível os estados enfrentarem o avanço do coronavírus nas cidades, o governador do Maranhão destacou a possibilidade de intercâmbio de insumos e de profissionais da área da saúde. 

    “Um conceito de solidariedade, é um valor que deve nortear a conduta de todas as pessoas, temos assistido essa dificuldade de implementação de medidas preventivas, uma crença de que na loteria da morte, o sorteado sempre será o outro, outro estado, outra cidade, isso é falta de solidariedade. Podemos usar o intercâmbio de médicos e equipamentos. Já fazemos isso em relação a segurança pública, por exemplo. Em um mês, um mês e meio, a fase mais aguda terá passado, porém o coronavírus ainda existirá. Hoje é mais difícil porque está todo mundo mais pressionado pela demanda, mas em um mês com certeza ocorrerá intercâmbio de médicos e equipamentos; alguns estados irão zerar os casos, antes que outros. Este será um caminho virtuoso para o federalismo brasileiro”, comentou Dino. 

    Ao contextualizar a situação do estado de Goiás na luta contra o coronavírus, o governador Ronaldo Caiado disse que aposta em medidas restritivas, porém, desconsidera o lockdown para as cidades goianas. 

    “Fui atacado em Goiás, por determinar a quarentena antes de ter qualquer caso de coronavírus, mas quis agir antecipadamente. Em relação ao isolamento total do estado de Goiás, tipo lockdown, não teremos. Eu tomei medidas muito restritivas desde o começo, chegamos a atingir 66,4% de isolamento social, o mais alto índice registrado no país. Mas, caímos a patamares preocupantes”.

    Caiado complementou ainda comentando as atuais medidas de isolamento em seu estado. “Implantamos uma nova metodologia, fiscalizando todas as empresas para ver se estavam seguindo. O que tem desestabilizado um pouco esse isolamento social é este cadastramento da Caixa Econômica Federal, que tem causado filas enormes da Caixa e da Lotérica, tenho discutido isso com o presidente da Caixa, por que não distribuir isto entre todos os bancos? O segundo ponto é com a fiscalização mais exigente, as prefeituras estão caçando os alvarás, as pessoas que estiverem sem máscara e as empresas serão multadas. Se a fiscalização não der certo, mantenho só os serviços essenciais, como mercados, drogarias, o resto fecho de novo”, afirmou. 

    Cenário político brasileiro

    Os governadores dos estados de Maranhão e Goiás aproveitaram o debate nesta terça-feira para fazer uma análise do cenário político atual no país. Dino falou sobre a democracia brasileira estar sob ameaça. E, Caiado, defende discussões acirradas, desde que haja conteúdo. 

    “Infelizmente temos uma gravíssima ameaça (à democracia), o atual presidente da República se ocupa pouco das tarefas administrativas e muito do método de conflito permanente, há engenho e arte, é um planejamento para todos os dias criar uma confusão, não é impulsivo, é planejado. Ele faz isso porque tem muitas carências gerenciais, então precisa esconder isso. O bolsonarismo é o fim da nova República. O problema é que isso já e grave quando ele é candidato, mas quando ele é presidente da República isso é gravíssimo”, comentou Flávio Dino. 

    Ronaldo Caiado, por sua vez, defendeu a harmonia para este momento de crise que o país atravessa. “
    “Desde que você crie um clima capaz de harmonizar, você traz governabilidade, que é o que a sociedade precisa neste momento de crise, precisamos dar apoio às pessoas. Os discursos muitas vezes são acirrados, mas são discursos com conteúdo, não estamos ali atacando o CPF da pessoa. É debate de ideias, é assim que temos que governar. A cada dia vamos pavimentando essa situação, acho que podemos construir um bom final para sobrevivermos, com a democracia cada vez mais integrada, já temos crise demais para enfrentar”, finalizou Caiado.

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