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    Café pode proteger contra doença de Parkinson, sugere estudo

    Pesquisa mostrou que pessoas que tinham um maior consumo de cafeína apresentaram um risco quase 40% menor de desenvolver a doença neurodegenerativa

    Gabriela Maraccinida CNN

    O Parkinson é uma condição degenerativa e progressiva, caracterizada pela diminuição da velocidade dos movimentos, tremores involuntários e rigidez muscular. Manter uma alimentação equilibrada e saudável é uma das formas de prevenção da doença. Agora, um estudo recente mostra que beber café também pode exercer um efeito protetor.

    Publicada na revista científica Neurology, a pesquisa mostrou que a cafeína pode ter uma ação neuroprotetora, ou seja, que protege os neurônios contra o Parkinson. Segundo os autores do estudo, apesar de já existirem evidências que mostram uma relação entre café e um menor risco neurodegenerativo, ainda não tinha sido realizado um estudo que quantificasse biomarcadores de ingestão de cafeína antes da doença se manifestar.

    Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de 184.024 indivíduos de seis países diferentes — Suécia, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Espanha e Itália. Eles faziam parte de um estudo maior, chamado EPIC, que está em andamento para explorar a relação entre nutrição e doenças não transmissíveis. Os participantes da coorte da atual pesquisa (EPIC4PD) foram investigados por cerca de 13 anos.

    Os casos com potencial de desenvolver Parkinson foram identificados por meio de registros médicos e validados por especialistas. Além disso, os pesquisadores dividiram o estudo em duas partes, incluindo o estudo com a coorte EPIC4PD e um estudo de caso-controle — para cada caso de Parkinson identificado, foi selecionado uma pessoa que não desenvolveu a doença, para controle.

    Os hábitos alimentares e estilo de vida foram avaliados por meio de um questionário. Nele, os participantes relataram o número de xícaras de café consumidas por mês, semana ou dia. O consumo de diário de café foi medido em mililitros, utilizando os tamanhos típicos de xícaras de cada país envolvido no estudo. Os participantes também preencheram questionários sobre estilo de vida, incluindo tabagismo e consumo de álcool, nível de escolaridade e atividade física.

    Por fim, também foi feita uma análise aprofundada dos níveis de metabólitos primários da cafeína, ou seja, substâncias que são produzidas quando o corpo metaboliza a cafeína, como paraxantina e teofilina no sangue.

    Quais foram os achados do estudo?

    Entre os participantes do estudo, 308 e 285 homens e mulheres foram diagnosticados com Parkinson, respectivamente. De acordo com os pesquisadores, aqueles que tinham um maior consumo de café apresentaram um risco quase 40% menor de desenvolver Parkinson em comparação com aqueles que não consumiam.

    Apesar dos achados, o estudo é observacional, ou seja, apenas demonstra uma relação de causa e efeito e não é capaz de comprovar causa e efeito.

    “Em resumo, nosso estudo validou o efeito protetor da cafeína no risco de Parkinson em uma grande coorte prospectiva e confirmou ainda o papel etiológico da cafeína usando bioamostras antes do diagnóstico de Parkinson em uma estrutura expossômica não direcionada. Nossas descobertas sobre a ação protetora da cafeína e seus principais metabólitos fornecem informações sobre a etiologia e prevenção da DP.

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