Butanvac vai ser testada com três doses, diz diretor do Instituto Butantan
A expectativa de conclusão da fase 3 de testes do imunizante é em outubro deste ano, de acordo com Dimas Covas
A vacina nacional Butanvac teve seus testes de fase 3 autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na última quarta-feira (9) e o Instituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento do imunizante, já começou a procurar voluntários para as pesquisas através de seu site oficial.
Em entrevista à CNN, o diretor do Butantan, Dimas Covas, explicou que a primeira parte dos testes será com 418 voluntários, que vão receber três doses da Butanvac. A expectativa de conclusão da fase 3 de testes é em outubro.
“Em outubro devemos terminar os estudos clínicos e até lá poderemos ter um estoque de 40 milhões de doses. Atualmente este montante é de 8 milhões,” disse Covas, que ressaltou a importância da vacina não só para o Brasil, mas para outros países que tiveram pouco acesso aos medicamentos.
“É uma vacina promissora que pode ajudar no combate à pandemia no Brasil e em outros países com dificuldade de acesso a vacinas. A Butanvac é fácil de ser produzida, feita em uma plataforma de produção que está disponível em vários países.”
Nova vacina em teste
A Butanvac está sendo produzida com uma tecnologia já dominada pelo Butantan e já usada para a produção de outros imunizantes. Caso seja aprovada, será fabricada inteiramente no Brasil, sem a necessidade de importação de insumos.
Ela utiliza vírus da Doença de Newcastle, que não causa sintomas em humanos e foi geneticamente modificado pela Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova York.
Ele é usado como vetor para levar a proteína Spike do novo cornavírus para o organismo, provocando a imunidade. A proteína Spike (ou S) é a parte do vírus que é responsável por penetrar as células do corpo.