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    Brasil registra aumento de 5% nas coletas de leite materno durante pandemia

    Autoridades de saúde orientam que bebês devem ter leite materno como alimento exclusivo até os seis meses de idade

    Pauline Almeidada CNN , Rio de Janeiro

    A quantidade de leite materno coletado pelos 225 Bancos de Leite da rede pública do país cresceu durante a pandemia de Covid-19. Em 2019, foram 222.969 litros, número que passou para 233.282 litros em 2021, um aumento de 5%.

    Nesta Semana Mundial de Aleitamento Materno, que vai até o próximo domingo (7), a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano destaca a importância do serviço para ajudar os recém-nascidos que precisam do alimento.

    A coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Danielle Aparecida da Silva, aponta que o período de isolamento social permitiu que as mães ficassem mais tempo com os bebês.

    “Era muito comum ver que essa mulher parava de ser doadora após quatro meses porque precisava voltar ao trabalho. Como ela seguiu em casa, oferecendo o seio na livre demanda, ela seguiu como doadora até um ano. Isso comprovou a importância de dar apoio à mulher que retorna ao trabalho, que ela tenha um espaço onde possa fazer o esvaziamento da mama para poder seguir alimentando o bebê”, colocou.

    Nos primeiros seis meses deste ano, 90.250 mulheres doaram 114.455 litros de leite materno que foram destinados a 112.830 bebês prematuros internados em UTIs neonatais. Segundo o IFF/Fiocruz, que coordena a rede nacional, o número ainda não é suficiente para atender 100% dos pedidos.

    “Hoje, o Rio de Janeiro está se mantendo num polo positivo, um número expressivo de doações de leite humano. Mas alguns outros estados não estão alcançando o mesmo sucesso”, aponta Danielle Aparecida da Silva.

    Como é um alimento sensível, que passa por um controle de qualidade e precisa ser pasteurizado, o leite não pode ser remanejado entre estados, por isso, a necessidade de uma ampliação do número de doadoras em todo o país de forma equacionada.

    Nacionalmente, os dados da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano apontam que o volume de leite coletado cresceu 35% nos últimos dez anos – de 172.191,5 litros, em 2012, para 233.282,2 em 2021. A quantidade de bebês beneficiados, apesar de algumas flutuações, também tem mantido uma evolução: de 174.351, em 2012, para 237.986 no ano passado.

    Rede conta com 225 Bancos de Leite Humano

    A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano foi criada em 1998, em uma iniciativa da Fiocruz e do Ministério da Saúde. Em 2000, o país contava com 109 bancos, número que mais dobrou até 2021, quando o Brasil chegou a 225. Novas unidades serão inauguradas neste ano, como em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

    Os bancos não funcionam apenas para coleta e doação de leite materno, mas como centros de apoio a toda mãe que precisa de ajuda com a amamentação.

    Amamentação
    Amamentação /

    “Toda mulher que tem uma dúvida ou que precisa de apoio, ela pode buscar esse serviço e vai encontrar uma equipe multidisciplinar, disposta a responder todas as questões, como as intercorrências que acontecem, fissuras, empedramentos. Essa equipe está ali para apoiar e tornar a amamentação uma coisa prazerosa para o bebê e para a família”, destacou a coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) do IFF/Fiocruz.

    Autoridades de saúde orientam que todo bebê tenha alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses de idade. Segundo a última pesquisa do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), de 2019, no Brasil, esse índice é de 45,8%, com maior prevalência na região Sul (54,3%).

    “O leite materno é o melhor alimento durante os primeiros seis meses de vida, pois tem tudo o que o bebê precisa, inclusive água, protege a criança de infecções respiratórias e diarreia, reduz o risco de desenvolver hipertensão, diabetes e obesidade na vida adulta, e, dependendo do peso do recém-nascido, apenas 1 ml já é o suficiente para nutri-lo a cada refeição”, coloca Danielle Aparecida da Silva.

    O leite materno é considerado padrão ouro de qualidade para alimentação de bebês, por isso, o Brasil estende o incentivo à amamentação durante todo o mês, no chamado Agosto Dourado.

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