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    Brasil registra 2ª morte causada pela variante Delta do novo coronavírus

    A variante Delta, inicialmente identificada na Índia, pode se tornar a versão mais dominante do novo coronavírus em todo o mundo, e ameaça planos de reabertura

    Júlia Marques, do Estadão Conteúdo

    O Ministério da Saúde confirmou, nesta segunda-feira (28), a segunda morte por Covid-19 causada pela variante Delta no Brasil. Trata-se de um homem de 54 anos, tripulante de um navio atracado no Maranhão. A morte foi notificada na quinta-feira (24).

    A variante Delta, inicialmente identificada na Índia, pode se tornar a versão mais dominante do novo coronavírus em todo o mundo, segundo especialistas, e ameaça reverter planos de reabertura.

    No Brasil, o Ministério da Saúde informou que, até esta segunda-feira, foram registrados 11 casos da variante Delta. Seis deles são de um navio que está na costa do Maranhão; há um caso em Campos dos Goytacazes (RJ), um em Juiz de Fora (MG), dois em Apucarana (PR) e um em Goiânia.

    Gestante foi a primeira morta no país

    Além da morte do tripulante do navio, a pasta já havia notificado o óbito de uma gestante de 42 anos, no dia 18 de abril, no Paraná. A morte da grávida foi confirmada após o resultado do sequenciamento genético. Na investigação, constatou-se que ela esteve no Japão.

    A gestante apresentou sintomas dois dias após chegar ao Brasil. Oito dias depois, foi internada. O quadro piorou e, no terceiro dia de hospitalização, ela morreu após uma cesária de emergência. O recém-nascido prematuro testou negativo para Covid-19, e está saudável após dois meses internado.

    O Ministério da Saúde não informou detalhes sobre a assistência ao homem de 54 anos que morreu após ter se infectado com a variante Delta.

    “A pasta reitera que todos os casos confirmados estão isolados e os contatos são monitorados pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS) locais, conforme orientação do Guia Epidemiológico da Covid-19”, informou o Ministério da Saúde.

    Para especialistas, a vigilância genômica no Brasil é ruim, portanto, é possível que a variante Delta já esteja circulando. Tanto no primeiro registro positivo no Paraná quanto no caso de Goiás, os pacientes não eram considerados suspeitos de infecção pela variante e foram localizados de maneira aleatória por estudos locais de monitoramento genômico.

    Preocupação em outros países

    A preocupação com a rápida disseminação da variante Delta vem forçando um número crescente de países a impor novamente medidas restritivas mais rigorosas na tentativa de impedir que uma nova onda da Covid-19 atrapalhe os esforços globais para conter a pandemia e a retomada da normalidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa circula por 92 países.

    No fim da semana passada, novas restrições a viagens e atividades cotidianas foram anunciadas em países como Austrália, África do Sul e Alemanha. Pelo avanço da nova cepa, a Austrália colocou em lockdown algumas das principais regiões do país. Nesta segunda-feira, 28, Sydney e Darwin, duas das principais cidades australianas, amanheceram fechadas.

    Na Alemanha, o Instituto Robert Koch, agência federal responsável pelos indicadores de Covid-19, incluiu Portugal e Rússia entre os países da “zona com variante do vírus”, grupo sujeito a normas mais rígidas de controle, do qual também faz parte o Reino Unido.

    A Rússia também impôs novas restrições em razão do avanço da cepa indiana, que já é responsável por 90% dos novos casos de Covid-19 em Moscou, de acordo com o prefeito da cidade, Sergei Sobyanin. A capital russa registrou um recorde de 114 mortes no domingo, com o total de casos confirmados de 8.500 apenas neste mês.