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    Brasil precisaria de 70% imunizados para dispensar máscara, aponta estimativa

    No momento, o país tem apenas 11% de imunizados contra a Covid-19, que são aqueles que já receberam as duas doses

    Da CNN, em São Paulo

    O Brasil precisa de 70% da população vacinada contra a Covid-19 com as duas doses e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ociosos para liberar de forma segura o uso das máscaras. A estimativa é do epidemiologista Wanderson de Oliveira, ouvido pela analista de economia da CNN Raquel Landim.

    No entanto, o país está longe dessa realidade, com 11% de imunizados, que são aqueles que receberam as duas doses. Além disso, a taxa de ocupação de leitos no momento supera 80% em 18 estados e no Distrito Federal. 

    Nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro defendeu, durante um pronunciamento, a dispensa do uso de máscara para quem já está imunizado e para quem já contraiu a Covid-19 e se recuperou. Nas 24 horas seguintes, afirmou que “não impôs nada” ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e que a decisão caberia aos governadores e prefeitos.

    Apesar de pessoas que tiveram a Covid-19 desenvolverem anticorpos para a doença, esta proteção não é considerada definitiva, diante do risco de reinfecção e das variantes do novo coronavírus. A orientação dos órgãos de saúde é que mesmo pessoas que já tenham tido a Covid-19 precisam se vacinar contra a doença.

    Estudos também apontam que pessoas imunizadas podem contrair o vírus, contar com a proteção do imunizante, mas infectar uma terceira pessoa, que pode não ter o sistema imunológico preparado e desenvolver quadros graves da doença.

    Após os primeiros países optarem por autorizar a dispensa do uso de máscaras por pessoas vacinadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela aos governos. Segundo a OMS, a dispensa desses cuidados pode acontecer quando não há mais transmissão comunitária da doença e não depende apenas da vacinação contra a Covid-19.

    “A pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos manter os cuidados básicos para salvar vidas”, afirmou Maria van Kerkhove, líder técnica para a Covid-19 da OMS.

    Transmissão comunitária

    Segundo o epidemiologista Wanderson de Oliveira, a transmissão comunitária do novo coronavírus também é um fator para a decisão sobre o uso de máscara, precisando estar em um patamar considerado sob controle.

     

    Ele explica que isso ocorre quando há menos de 25 novos casos a cada 100 mil habitantes e menos de 4% dos testes RT-PCR positivados. Atualmente, há 57 novos casos a cada 100 mil habitantes e 32% dos testes com resultado positivo. 

    Dá-se o nome de “transmissão comunitária” ao que ocorre quando uma comunidade não depende da vinda de terceiros de fora daquele local para que a doença siga se transmitindo. No caso do Brasil, isso significa que independentemente de desembarcar alguém do exterior, o vírus está sendo transmitido entre as pessoas que estão no próprio país.

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    Foto: Reprodução / CNN