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    Brasil pode ter 12 vezes o nº de casos oficiais de COVID-19, diz estudo

    Dados analisados por cientistas da PUC-Rio apontam para a contagem oficial de apenas 8% dos casos

    Funcionários sanitizam via pública em Porto Alegre, Rio Grande do Sul 
    Funcionários sanitizam via pública em Porto Alegre, Rio Grande do Sul  Foto: Cesar Lopes/PMPA (28.mar.2020)

    Anna Satie, da CNN, em São Paulo

    O número de casos de COVID-19 no Brasil pode ser até 12 vezes maior do que mostram os dados oficiais, de acordo com pesquisa publicada nesta segunda-feira (13) pelo NOIS (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde) da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio).

    De acordo com o último dado do governo federal, divulgado nesta segunda, há 23.340 casos e 1.368 mortes pela COVID-19 no Brasil

    De acordo com o grupo, apenas 8% das infecções são notificadas. A porcentagem foi obtida calculando uma taxa de mortalidade esperada, levando em conta a pirâmide etária do local estudado; e a proporção de mortos em relação aos casos com desfecho — ou seja, se o paciente faleceu ou se recuperou. Quanto maior for a diferença entre a taxa de mortalidade esperada e a mortalidade nos casos com desfecho, maior será a subnotificação, dizem os pesquisadores.

    A taxa de subnotificação não é a mesma em todos os estados. Ainda segundo o estudo, os estados em que o número oficial menos se aproxima dos casos reais são Paraíba (2,2% dos casos notificados), Pernambuco (2,4%), Piauí (2,8%) e Maranhão (4,8%).

    Mesmo nos estados em que há menos subnotificação, a porcentagem de episódios reportados é menos da metade dos casos reais. Mato Grosso do Sul e Distrito Federal lideram a lista de taxa de notificação, com 27,8% e 27,6%, respectivamente, de todos os casos integrando o dado oficial.

    Na quinta-feira (9), o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, admitiu que os casos são subnotificados no Brasil. Até a data, 63 mil testes haviam sido realizados em todo o país e outros 127 mil estavam pendentes, de acordo com o órgão.

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    Diante da defasagem, o órgão fez um apelo às autoridades locais de saúde para que só façam testes dentro do protocolo estabelecido para não haver risco de escassez. “Se acabarem os testes, não temos como suprir imediatamente”, disse Oliveira.

    De acordo com o planejamento da pasta, já foram adquiridos 22,9 milhões de testes, comprados ou doados. No entanto, só há previsão de entrega para aproximadamente 9,2 milhões desses. Os outros 13,7 milhões —quase 60% do total— não têm data para chegar.

    O ministério da Saúde diz, no entanto, que a subnotificação também existe para outras doenças e que não deve impactar o planejamento do combate ao novo coronavírus no Brasil.