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    Brasil está ‘navegando às cegas’ no combate à COVID-19, diz ministro da Saúde

    Nelson Teich afirmou que "ninguém sabe" quando será o pico da pandemia no Brasil e que se preocupa com a chegada da temporada de gripes

    O ministro da Saúde, Nelson Teich, durante teleconferência com senadores
    O ministro da Saúde, Nelson Teich, durante teleconferência com senadores Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    O Brasil está “navegando às cegas” no combate à COVID-19, disse nesta quarta-feira (29) o ministro da Saúde, Nelson Teich, em teleconferência com senadores. O ministro repetiu que há falta de informações adequadas a respeito da pandemia do novo coronavírus e que o isolamento social foi adotado “porque você não sabe o que fazer”.

    “Não sabemos qual o percentual da sociedade está comprometido pela doença. Você não sabe se essas pessoas transmitem tanto quanto as que estão mais graves. Os testes hoje não permitem a gente saber essa realidade. Sem esse conhecimento, você literalmente está navegando às cegas. Esta que é a grande verdade”, disse Teich.

    Questionado pelo senador Jorginho Mello (PL-SC) sobre divergências a respeito das previsões para o pico do coronavírus no Brasil, o ministro disse que desacredita das projeções.

    “Quando vai ser o pico? Não sei e ninguém sabe”, afirmou. “As datas que nós projetamos hoje são simplesmente suposições em cima de modelos matemáticos”.

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    Teich voltou a sustentar que as regiões devem ser tratadas de forma diferente, de acordo com a realidade da pandemia em cada localidade. Ele anunciou uma mudança na distribuição dos equipamentos de proteção individual e insumos, que deixará de seguir a distribuição “linear”, proporcional aos dados populacionais de cada estado e passará a ser feita de acordo com a gravidade da situação em cada lugar.

    “Percebemos distintos perfis de comportamento por região, bem como padrão de evolução da epidemia em cada local”, disse.

    Questionado pela senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) se o “ficar em casa” deve ou não ser adotado como recomendação à população, o ministro da Saúde voltou a dizer que a pasta irá ainda formular uma “diretriz” para orientar os governos locais. 

    “O que existe é o seguinte: o isolamento é uma ferramenta, e ele é bem usado ou mal usado. O que a gente vai discutir quando cria uma política é uma diretriz, saber para cada tipo de situação se pode ficar em casa ou não”, disse o ministro, que ponderou que a recomendação continuará valendo para pessoas acima dos 60 anos, portadores de doenças pré-existentes ou quem teve contato com pessoas infectadas.

    Período de gripe

    O ministro da Saúde manifestou preocupação com a chegada dos períodos de temperaturas mais baixas no país, quando há uma ocorrência maior de gripes e síndromes respiratórias.

    “Isso pode ser uma sobrecarga maior para o sistema de saúde”, disse Teich, que afirmou que pacientes podem contrair simultaneamente o novo coronavírus e outros vírus gripais.

    Para tanto, o ministro se comprometeu a reforçar a campanha de vacinação, para diminuir as internações para outras formas de gripe, e reforçar o atendimento para os casos de COVID-19, contra a qual ainda não há vacina conhecida nem medicação cientificamente comprovada como eficaz.