Brasil deixou de comprar 27 milhões de doses até março por atraso em negociações
O governo federal demorou a assinar contratos com a Pfizer e o Instituto Butantan
Até março de 2021, o Ministério da Saúde recebeu um total de 44,1 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. O número, aponta projeção baseada nas ofertas feitas ao Brasil, poderia ser ter sido de 73,1 milhões caso os contratos do governo federal com o Instituto Butantan e com a Pfizer tivessem sido assinados sem atrasos.
A diferença — 27,2 milhões — seria suficiente para imunizar 8,5% da população brasileira acima de 18 anos. A projeção é da analista de Economia da CNN Raquel Landim.
A projeção começa nas ofertas iniciais dos laboratórios, que previam, entre dezembro e março, a entrega de 60 milhões de doses da Coronavac e de 4,5 milhões de doses da Pfizer. Já a AstraZeneca/Fiocruz, que tinha, acordo com o Brasil desde meados do ano passado, entregou 7,8 milhões de doses nesse período.
Com os atrasos, o Brasil acabou recebendo apenas 36,3 milhões de doses da Coronavac. Os imunizantes da Pfizer só começaram a chegar em abril.

CPI
Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia nesta quinta-feira (27), três propostas foram feita em 2020 para o fornecimento da Coronavac ao Ministério da Saúde, mas o contrato foi assinado apenas em janeiro desse ano.
Já no dia 13 de maio, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, também afirmou aos senadores que três ofertas de vacina foram ignoradas pelo governo.
