Bolsonaro: ‘Vacina não será obrigatória e ponto final’
Presidente fez a declaração durante encontro com apoiadores em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou a apoiadores, na manhã desta segunda-feira (19), que a vacina contra o novo coronavírus “não será obrigatória e ponto final”. Bolsonaro voltou a criticar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que defende a obrigatoriedade da dose.
“O Programa Nacional da Vacinação, incluindo as vacinas obrigatórias, é de 1975. A lei atual incluiu a questão da pandemia. Mas a lei é bem clara e quem define isso é o Ministério da Saúde. O meu ministro da Saúde [Eduardo Pazuello] já disse, claramente, que não será obrigatório esta vacina e ponto final”, enfatizou o presidente.
Leia também:
Brasileiros confiam menos em vacina da China do que nas de outros países
Doria promete ir a Brasília por apoio à distribuição nacional da Coronavac
Suspensões de testes, reinfecções e os novos desafios no tratamento da Covid-19
A fala aconteceu no mesmo dia do anúncio dos dados referentes à terceira fase de testes da Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.
Resultado das análises
De acordo com a gestão de Doria, a Corovac teve os menores índices de reações em comparação com outros imunizantes contra o novo coronavírus.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o sintoma mais frequente nos testes com 9 mil voluntários brasileiros foi dor no local da punção, relatada por 18% das pessoas testadas, considerando tanto os que receberam a vacina quanto os que receberam placebo.
“As outras reações foram absolutamente insignificantes do ponto de vista estatístico. O que chamamos de reações adversas sistêmicas, a mais frequente é do de cabeça, que pode estar relacionada à vacina ou não. Demais efeitos são muito baixos, menos de 5%”, disse Covas.
A primeira fase de testes clínicos da Coronavac no Brasil terminou na sexta-feira (16) apontando pouco mais de 5% de efeitos colaterais entre quem recebeu a vacina.
Os resultados já entraram no banco de dados de acompanhamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é alimentado em tempo real.