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    Blue Monday: o mito do dia mais triste do ano

    Terceira segunda-feira de janeiro é conhecida como Blue Monday, apelidado de dia mais deprimente do ano

    Estudo foi feito por pesquisadores da Fiocruz Bahia em parceria com a Harvard e mostra aumento nas taxas de suicídio e autolesão
    Estudo foi feito por pesquisadores da Fiocruz Bahia em parceria com a Harvard e mostra aumento nas taxas de suicídio e autolesão Annie Spratt/Unsplash

    Pau Mosquerada CNN

    Se há um dia da semana que gera pouca devoção, bem pode ser a segunda-feira. É o dia em que muitos retomam suas atividades e retornam à rotina após um final de semana de descanso.

    Agora, existe uma segunda-feira que combina o pior de todas as outras e é conhecida como Blue Monday. O conceito, que se origina de uma campanha de marketing britânica em 2005, coloca o dia mais deprimente do ano na terceira segunda-feira de janeiro.

    No entanto, como destaca Mercedes Bermejo, psicóloga e membro do Colégio Oficial de Psicologia de Madri, este dia “foi determinado sem nenhum tipo de evidência científica com base em uma fórmula proposta por diferentes variáveis ​​​​que têm a ver com o retorno do Natal e festas de fim de ano, o somatório das despesas e excessos das festividades, bem como as condições climaticas”.

    Em suma, o valor negativo conferido a esta data não é real, embora existam períodos em que se pode experimentar estados de tristeza com mais probabilidade.

    “Dessa vez me deixa muito triste. Janeiro, sobretudo, porque não há luz”, confessa Irene, uma residente de Madri, quando a paramos no centro de Madrid e lhe perguntamos o que a deixa triste.

    Alberto, natural de Albacete, está triste por estar longe de sua família, pois moram em cidades diferentes.

    “Muitos estudos falam do fato de que o clima e o ambiente influenciam o humor. Assim como nas férias, assim como quando atingimos nossos objetivos. Também a nível econômico, todos sabemos que a ladeira de janeiro é complicada”, diz Bermejo, em linha com a opinião de Irene.

    Apesar da má fama, Bermejo destaca que a tristeza é uma emoção normal, e até mesmo necessária, pois “a felicidade extrema e constante não existe, nosso estado de espírito oscila”.

    Como ele afirma, os psicólogos frequentemente se encontram em suas consultas com pacientes que aprenderam em seu ambiente a evitar esse sentimento, a proibí-lo e a não exteriorizá-lo, algo que recomenda evitar, porque isso “permite que nos conectemos com nós mesmos, estejamos em nossos próprios duelos e em paz, tranquilos. Esses estados emocionais nos ajudam a ficar muito mais tranquilos e aliviados quando temos que desfrutar de outras emoções mais agradáveis ​​como a alegria”.

    Como lidar com a tristeza?

    Ao perguntar sobre o centro de Madri, as respostas são variadas.

    Marta, moradora da capital espanhola, confessa que, quando se sente mal, opta por comer algo doce, enquanto seu parceiro Adrián opta por improvisar um plano que o obriga a sair de casa. Já Mariano prefere animar-se ao ver os amigos e entes queridos.

    Nesse sentido, Bermejo aponta que o importante quando a tristeza nos domina é enterrar o tabu e “promover espaços onde haja comunicação emocional, não só emoções agradáveis, mas também desagradáveis”.

    Como primeiro passo, a psicóloga recomenda tomar consciência do que sente e, posteriormente, procurar aquele lugar ou espaço “onde possa exprimí-lo e onde também possa encontrar conforto e depois estar em estados mais agradáveis”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.

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