Avanço da pandemia na Índia derruba entregas de vacinas pelo consórcio Covax
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), parceiro da organização, diz que iniciativa deve perde 140 milhões de doses por aumento da demanda indiana
O consórcio Covax Facility, esquema global de compartilhamento de vacinas contra o novo coronavírus, deve ter um déficit de 140 milhões de doses como resultado do avanço da crise de Covid-19 na Índia, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), um dos parceiros da organização.
O Unicef disse em um comunicado que esperava que a Covax tivesse entregue 170 milhões de doses de vacinas esta semana, mas a falta de oferta da Índia – sede do Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas – resultou em uma “redução severa” nos imunizantes disponíveis para o esquema de distribuição igualitária de vacinas.
“Entre as consequências globais da situação na Índia, um centro global para a produção de vacinas, está uma redução severa nas vacinas disponíveis para a Covax. O aumento da demanda doméstica significa que 140 milhões de doses destinadas à distribuição para países de baixa e média renda até o final de maio não podem ser acessadas”, diz o comunicado do Unicef.
“Provavelmente, outras 50 milhões de doses serão perdidas em junho. Isso, somado ao nacionalismo da vacina, à capacidade de produção limitada e à falta de financiamento, é a razão pela qual a aplicação dos imunizantes contra o novo coronavírus está tão atrasado”, complementa o texto.
O Unicef alertou que “os casos estão explodindo e os sistemas de saúde estão lutando em países próximos – como Nepal, Sri Lanka e Maldivas – e distantes, como Argentina e Brasil”.
Antes de uma reunião do G7 no próximo mês, o fundo da ONU convidou os membros e o grupo “Team Europe” dos estados-membros da União Europeia (UE) a doar 20% de seu suprimento disponível durante o verão, totalizando cerca de 153 milhões de doses.
O Unicef também afirmou que esses países poderiam fazê-lo sem deixar de cumprir com seus compromissos com a vacinação de seus próprios cidadãos.
“Enquanto alguns membros do G7 têm maior oferta do que outros, e alguns têm implementações internas mais avançadas, um compromisso coletivo imediato para reunir o excesso de oferta e compartilhar o fardo da responsabilidade pode impedir que os países vulneráveis ??se tornem o próximo hotspot global”, acrescentou o comunicado.
“As doses em excesso disponíveis são uma medida paliativa mínima, essencial, de emergência, e necessária agora.
(Texto traduzido; leia o original em inglês)