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    Avanço da dengue pode estar relacionado a aumento da pobreza, diz infectologista

    À CNN Rádio, Alexandre Naime explica que uma piora no quadro de famílias sem saneamento básico também é responsável pelo aumento de 135% de casos da doença no Brasil

    Profissional detetiza criadouro do mosquito da dengue
    Profissional detetiza criadouro do mosquito da dengue Cristine Rochol/PMPA

    Ricardo GouveiaBel Camposda CNN

    São Paulo

    A disparada da dengue no Brasil em 2022 também é um fenômeno socioeconômico, na avaliação do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime.

    O Ministério da Saúde aponta um aumento de 135% no número de infecções entre janeiro e abril de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021.

    “Dois estudos publicados esse ano já analisaram cidades distintas do Brasil onde há uma relação direta entre queda de renda e aumento no número de casos de dengue,” explicou Naime à CNN Rádio.

    “São pessoas que vão morar em locais menos propícios a ter saneamento básico de qualidade, próximos de rios, passaram a ter menos condição de fazer uma limpeza correta da casa e vão ter que acumular lixo ou material de reciclagem por terem perdido o emprego.”

    A descoberta de uma nova cepa da dengue no Brasil é um possível agravante do cenário.

    “Além de mais transmissível, essa variante do vírus provoca formas mais graves da doença, com fenômenos hemorrágicos e de queda de pressão arterial”, explica Naime.

    A identificação desta cepa no Brasil foi comunicada pela Fundação Oswaldo Cruz no último dia 5.

    O genótipo cosmopolita sorotipo 2 do vírus, que era uma linhagem já presente na Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África, agora contaminou um morador de Aparecida de Goiânia.

    Além da dengue, casos de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, como Zika e Chikungunya, já registram aumento superior a 50% este ano.