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    Até fim do ano, teremos condições de oferecer vacina a todos, diz Renato Kfouri

    Diretor da Sociedade Brasileira Imunizações, Renato Kfouri, diz, no entanto, que cobertura não será ideal visto que parte da população não aceita tomar a vacina

    Produzido por Layane Serrano, da CNN em São Paulo

    Em entrevista à CNN neste domingo (30), o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, diz que no segundo semestre de 2021, o Brasil terá uma condição muito melhor em relação à cobertura vacinal, podendo oferecer o imunizante a todos os brasileiros acima de 18 anos.

    “Vamos ter condições até o final do ano, a meu ver, de estar oferecendo para toda população acima de 18 anos alguma vacina, e isso certamente mudará bastante o cenário individual de cada um de nós, e espero que coletivo.”

    No entanto, ele ressalta que esta cobertura não será a ideal, visto que parte da população se recusa a ser imunizada e outros não retornam para tomar a segunda dose e completar o esquema vacinal.

    “As coberturas vacinais não serão ideais. Acima de 18 anos de idade, nós temos 170 milhões de brasileiros, mas nós não vamos precisar de 350 milhões de vacinas porque talvez 70%, 80% dos brasileiros tomarão a primeira dose, e talvez 50%, 60% tomarão a segunda dose.”

    A melhora na oferta de imunizantes, segundo Kfouri, se deve não só aos recentes contratos, mas também à capacidade do Brasil de se tornar mais independente em relação ao mercado externo.

    “No segundo semestre, teremos entregas robustas de vacinas e a capacitação de produção nacional do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), garantindo algum grau de independência do mercado internacional. Então, a situação vacinal, no segundo semestre, deve trazer um conforto muito diferente do que estamos vivendo agora.”

    O médico critica a campanha nacional por vacinar, até este momento, apenas 10% da população. “Não há o que comemorar, infelizmente. Chegamos a pouco mais de 10% da população vacinada com as duas doses justamente no pior momento da pandemia, na prevalência e predominância da P1, de maior transmissibilidade.”

    ‘Tirar máscara é ousadia’

    A respeito de países que já estão com mais da metade de sua população vacinada e decidiram permitir que as pessoas não usem máscaras, como Israel e Estados Unidos, Renato Fkouri avalia como uma decisão “ousada”.

    “Essas medidas que estes países estão adotando, ao meu ver, são ousadas. Eles podem estar, naquele momento, com uma situação no interior de seu país controlada, mas as fronteiras não são impermeáveis, são abertas, por mais que você coloque em quarentena, exija vacinação, faça testagem antes dos indivíduos entrarem no seu país, todos esses métodos têm falhas. Quando você relaxa estas medidas, você cria um ambiente de risco maior.”

    Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri (30-05-2021)
    Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri (30-05-2021)
    Foto: Reprodução / CNN

    As vacinas contra a Covid-19 garantem proteção porque previnem a doença, especialmente nas formas graves, reduzindo as chances de morte e internações.

    Embora não impeçam o contágio e nem a transmissão do vírus, a vacinação é essencial, já que induz o sistema de defesa do corpo a produzir imunidade contra o coronavírus pela ação de anticorpos específicos, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).