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    Argumento da Saúde nem de longe é consistente, diz presidente do Conass

    Carlos Lula disse que lamenta a postura de Queiroga sobre vacinação de adolescentes, e que a atitude do ministério vai na "contramão de tudo que é o SUS

    Da CNN* Em São Paulo

    O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou nesta quinta-feira (16) à âncora da CNN Daniela Lima que a argumentação do Ministério da Saúde para justificar a recomendação da suspensão da vacinação contra Covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos “nem de longe é consistente”.

    Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação contra Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no país, em nota técnica publicada nesta quarta-feira (15). Passa a ser recomendada a vacinação nesta faixa etária somente em adolescentes que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.

    Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a vacinação deste público foi “intempestiva”, e, dos 3,5 milhões de adolescentes imunizados no país, milhares receberam doses de imunizantes que não são recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este público.

    Ministro criticou estados

    Levantamento do Ministério da Saúde em todos os estados do país mostrou que, somente na primeira dose, o total de adolescentes de 12 a 17 anos que receberam doses de AstraZeneca foi de 8.524, 12.606 receberam Coronavac e 806 tomaram a vacina da Janssen, enquanto 3.497.268 tomaram a vacina da Pfizer.

    Queiroga criticou os estados de São Paulo, Maranhão, Amazonas e Rio de Janeiro, onde, segundo levantamento do Ministério da Saúde, teria uma ocorrência maior de aplicação de doses que não eram da Pfizer em adolescentes.

    Segundo ele, dos 1.545 casos relatados de efeitos adversos pós-vacinação em adolescentes, 93% incorreram em pessoas que receberam imunizantes que não foram da Pfizer.

    “Às vezes tomaram a primeira dose de um imunizante e a segunda de outro imunizante. Houve vários erros de imunização neste processo. Monitoramos os casos e a maioria são efeitos adversos leves, mas um relato de um paciente em São Paulo teve morte temporariamente associada ao processo de vacinação, mas não sabemos se o paciente tinha comorbidades ou não”, disse.

    Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, das 3.519.204 doses aplicadas em adolescentes de 12 a 17 anos, 3.497.268 foram da Pfizer.

    Conass reage

    À âncora da CNN Daniel Lima, Carlos Lula — que é secretário de Saúde do Maranhão — disse que lamenta a postura do ministro, e que a atitude do Ministério da Saúde vai na “contramão de tudo que é o Sistema Único de Saúde (SUS)”.

    Segundo ele, o SUS sempre se pautou pela ciência e nunca teve uma conduta de tentar culpar terceiros pelas suas próprias decisões, muito menos de abrir divergências dessa forma e nesse tom.

    Lula ainda afirmou que os estados e municípios tomaram providências com base em protocolos da Anvisa, e disse que lamenta muito a coletiva do ministro, e mais do que a coletiva o fato de o ministro ter “tergiversado”.

    (*Com informações de Camila Neumam, da CNN, em São Paulo)

    (Publicado por Daniel Fernandes)