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    Aprovação de pílula nos EUA pode revolucionar tratamento de depressão pós-parto, diz médica à CNN

    À CNN Rádio, a psiquiatra Julia Trindade ressaltou que o novo medicamento avança na velocidade da resposta aos sintomas do transtorno

    Ramana Rechda CNN* , São Paulo

    Uma nova era de tratamento para depressão pós-parto chega com a aprovação de uma pílula nos Estados Unidos.

    A psiquiatra e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria Julia Trindade explicou à CNN Rádio que a vantagem do medicamento, chamado Zurzuvae, é oferecer uma resposta mais rápida.

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    O que é a depressão pós-parto?

    A depressão pós-parto consiste em um sofrimento acompanhado de perda de apetite, sono e concentração. O transtorno pode também atrapalhar a construção do vínculo entre a mãe o bebê. A médica ressalta que, na metade dos casos, os sintomas começam nas últimas semanas de gestação.

    Ação mais rápida

    Trindade afirma que a identificação precoce do transtorno é fundamental. Os antidepressivos disponíveis hoje levam entre duas ou três semanas para começar a trazer melhoras.

    Já a pílula consegue trazer alívio nos sintomas já na segunda semana.

    O remédio foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), entidade semelhante à Anvisa, nos Estados Unidos, na sexta-feira (4).

    Como age o medicamento?

    O medicamento atua na queda de esteroides ativos no pós-parto, enquanto os antidepressivos tradicionais promovem o aumento da serotonina, o que leva mais tempo para ter efeito.

    “Agora, com esse medicamento, a gente vai ter uma resposta muito melhor, mais efetiva e, principalmente, mais rápida”, diz Julia Trindade.

    Quem é mais propensa a desenvolver a depressão?

    Segundo a psiquiatra, mulheres que já sofrem com depressão e ansiedade são mais propensas a desenvolver o transtorno pós-parto. Ela ressalta que é importante que as gestantes continuem o tratamento para essas doenças durante a gravidez para reduzir as chances de depressão pós-parto.

    Júlia Trindade ainda chama a atenção para que, após o nascimento da criança, é importante uma rede de apoio fortalecida, que busque saber como a mãe está se sentido. A médica alerta que, em caso de sintomas de depressão pós-parto, é preciso buscar ajuda de uma equipe multidisciplinar.

    *Sob supervisão de Ricardo Gouveia

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