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    Apenas 19% dos brasileiros doam sangue regularmente, diz pesquisa

    Estudo divulgado nesta quinta, Dia Nacional do Doador de Sangue, mostra parcela da população que doa sangue ao menos uma vez por ano

    Profissional de saúde segura bolsa com sangue doado
    Profissional de saúde segura bolsa com sangue doado Diego Nigro/PCR

    Victória Cócoloda CNN em São Paulo

    Um estudo apontado pela farmacêutica Abbott, divulgado nesta quinta-feira (25) – Dia Nacional do Doador de Sangue –, aponta que no Brasil apenas 19% da população doa sangue com regularidade, isto é, uma vez por ano.

    Os dados também mostram que 23% doam sangue pontualmente, apenas quando algum familiar ou conhecido necessita, e que 48% não tem o hábito de doar sangue.

    Ainda, a pesquisa aponta que a pandemia impactou nas doações de sangue no Brasil e revela que apenas 21% afirmam ter continuado a doar no período.

    O estudo foi realizada em 8 países. No Brasil foram ouvidos 1052 pessoas de todas as regiões, com idades entre 16 e 64 anos.

    Também é analisado o perfil dos entrevistado. Entre o percentual dos que mais doam estão mais presentes homens, entre 25 e 34 anos, de classe social média a alta, com ensino superior e com renda fixa.

    Mulheres são maioria entre os não doadores. Elas representam 54% das pessoas que nunca doaram e nem pretendem. Ainda, de acordo com os resultados, elas têm idade entre 16 e 44 anos, de classe social intermediária a baixa, com renda fixa.

    O estudo também revelou que os brasileiros sabem da importância da doação, mas que não compreendem bem o assunto. Entre as principais preocupações, os entrevistados destacaram: não saber para onde o sangue vai e a quantidade coletada. O medo e o desconforto também são os sentimentos mais expressos.

    Estoques em baixa

    Durante a pandemia da Covid-19, os estoques de sangue dos hemocentros ficaram baixos. De acordo com o Ministério da Saúde, no ano passado as doações diminuíram em, pelo menos, 10%. Em 2019, foram 3,27 milhões de doações. Já no primeiro ano da Covid-19, no país, foram 2,95 milhões.

    Atualmente, a Fundação Pró-Sangue, uma entre os cinco maiores bancos de sangue da América Latina, ligada à Secretaria de Saúde do Governo de São Paulo, só possui 40% de abastecimento do estoque, o que é considerado muito pouco. Os tipos sanguíneos que mais estão em falta são: O +; O-; A-; B-.

    Quem pode doar?

    A doação de sangue é destinada a pacientes que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias. Além de pessoas com doenças crônicas graves. Uma bolsa de sangue doada pode ajudar até 4 vidas.

    Para ser um doador é necessário ter entre 16 e 69 anos e estar pesando mais de 50kg. Além disso, no hemocentro, é necessário apresentar documento oficial com foto. Menores de 18 anos só podem doar com autorização dos responsáveis.

    No dia 8 de maio de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou restrições à doação de sangue por homens gays. Até então, bancos de sangue rejeitavam a doação de homossexuais que tivessem feito sexo com outros homens nos 12 meses anteriores à coleta

    Em novembro de 2021, o Senado aprovou um projeto de lei que proíbe a discriminação de doadores de sangue com base na orientação sexual. A proposta busca impedir a utilização do critério, sem base científica, para impedir a doação por homossexuais do sexo masculino. O texto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.

    No site do Governo Federal, é possível encontrar mais detalhes sobre como se tornar um doador, além do endereço do hemocentro mais próximo.