Anvisa recomenda medidas de restrição para voos e viajantes procedentes da África do Sul
Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue também estão na lista; recomendação acontece após identificação da variante B.1.1.529
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou nesta sexta-feira (26) medidas restritivas para voos e viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
As recomendações acontecem em função da descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, identificada como B.1.1.529. A nova cepa da Covid-19 foi identificada pela primeira vez na África do Sul. A nota técnica da Anvisa foi encaminhada à Casa Civil.
A efetivação das medidas recomendadas hoje pela Anvisa depende de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
As recomendações da Anvisa são:
- Suspensão imediata dos voos procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue;
- Suspensão, em caráter temporário, da autorização de desembarque no Brasil de viajante estrangeiro com passagem pela África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue nos últimos 14 dias, que não se enquadre nas exceções a serem determinadas pelos órgãos competentes e de imigração;
- Realização de quarentena, logo após o desembarque no Brasil, para viajantes brasileiros e seus acompanhantes legais ou que se enquadrem nas excepcionalidades previstas na Portaria 658/2021, com origem ou histórico de passagem pela África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue nos últimos 14 dias que antecedem a entrada no país.
A Anvisa pede ainda reforço no monitoramento de viajantes dos países citados que desembarquem no Brasil até a implementação das medidas sugeridas. Viagens não essenciais a estes países também devem ser evitadas, segundo o órgão.
“Até que as medidas restritivas sugeridas nesta Nota Técnica sejam implementadas, a Agência recomenda que seja reforçado o monitoramento, por parte das autoridades de saúde, de viajantes procedentes dos países citados, com desembarque no Brasil”, diz a agência.
Mais cedo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não aconselhou a imposição de restrições de viagens devido à nova cepa. Segundo a organização, os países deveriam adotar uma “avaliação de risco baseada na ciência”. “A OMS recomenda que os países continuem a aplicar uma abordagem científica e baseada no risco ao implementar medidas de viagem.”
Em Genebra, uma reunião da OMS com especialistas aconteceu nesta manhã para avaliar os possíveis impactos da B.1.1.529 e determinar se a nova cepa se trata de uma variante de “interesse” ou de “preocupação”. Segundo cientistas, a variante B.1.1.529 apresenta uma ampla gama de mutações.
Porém, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Saúde a secretarias estaduais e obtido pela CNN, a pasta já teria sido informada pela OMS que a nova cepa é classificada como “variante preocupante”.
Países começam a impor restrições
Países europeus, como a Itália, a República Tcheca, o Reino Unido e a Holanda já impuseram restrições a voos provenientes de países da África Austral devido preocupações com a nova variante.
A medida deve tomar maiores proporções nas próximas semanas. Isso porque a comissão da União Europeia também pretende propor a interrupção de viagens da região da África Austral em meio à crescente preocupação sobre a variante detectada na África do Sul, disse a chefe da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, nesta sexta-feira.
As decisões do Conselho Europeu, que representa os Estados-Membros, não têm de ser tomadas pelos ministros, mas também podem ser assinadas pelos embaixadores do país em Bruxelas.