Antiviral é indicado para pessoas com maior risco de doença grave, diz infectologista
Varíola dos macacos pode ser mais grave para recém-nascidos, crianças e pessoas com deficiências imunológicas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
Os sinais e sintomas da varíola dos macacos podem durar entre duas e quatro semanas. A doença causada por um vírus pode ser mais grave para recém-nascidos, crianças e pessoas com deficiências imunológicas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um medicamento antiviral chamado tecovirimat, desenvolvido para o tratamento do vírus da varíola comum, tem sido utilizado no atual surto de varíola dos macacos. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o Brasil deve receber o medicamento para ampliar o combate ao surto da doença.
Em entrevista à CNN, o médico infectologista Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), afirmou que o medicamento é indicado para pacientes com maior risco de doença grave.
“As crianças, de uma forma geral, estão desenvolvendo o sistema imunológico. Então, elas têm uma resposta menor em relação ao indivíduo, da mesma forma que o idoso costuma ter uma resposta menor”, afirmou Otsuka.
A transmissão da varíola acontece principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos contaminados. A transmissão por meio de gotículas requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas. Profissionais da saúde, familiares, parceiros e parceiras têm maior risco de contágio.
“A transmissão é por contato íntimo principalmente. Pode ser por contato respiratório, mas precisaria muito tempo próximo de alguém doente em ambiente fechado. Então, a gente considera principalmente contato íntimo. Crianças por exemplo têm contato íntimo com indivíduos adultos, como ao trocar fralda, por exemplo”, explica.
Como prevenir a doença
O Brasil tem 1.369 casos confirmados da varíola dos macacos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Os registros foram realizados nos estados de São Paulo (1.031), Rio de Janeiro (169), Minas Gerais (63), Distrito Federal (20), Paraná (21), Goiás (18), Bahia (11), Ceará (4), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (7), Tocantins (1) , Acre (1), Amazonas (1), Rio Grande do Sul (6), Mato Grosso do Sul (5), Amazonas (1), e Santa Catarina (7).
O período de incubação do vírus é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. A doença começa, na maior parte dos casos, com uma febre súbita, forte e intensa.
O paciente também tem dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e fundamentalmente o aparecimento de gânglios (inchaços popularmente conhecidos como “ínguas”), que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar, como na região genital.
A manifestação na pele acontece na forma de bolhas ou lesões que podem aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais.
“As pessoas que tem alguma manifestação clínica sugestiva da doença, principalmente pelas lesões e os locais onde as lesões aparecem devem ficar afastados de contatos íntimos”, afirma o infectologista.
“A higiene do ambiente é fundamental, por transmitir pelo contato íntimo e por algumas fômites, que a gente fala, como por exemplo toalha. Ter higiene, toalha única, ter o ambiente limpo é sempre importante. Então, voltamos a falar do uso do álcool em gel, da higiene com água e sabão de forma adequada”, completa.