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    Anti-inflamatório acelera a recuperação de pacientes hospitalizados com Covid-19

    Pesquisadores alertam que benefício só foi verificado em casos graves de contaminação pelo novo coronavírus

    Luana Franzão* , da CNN, em São Paulo

    Nesta sexta-feira (14), foram divulgados os resultados de um estudo clínico conduzido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto que demonstrou uma melhora no quadro de pacientes hospitalizados pela Covid-19 através da administração de um anti-inflamatório conhecido como colchicina, usado no tratamento da gota. Segundo os pesquisadores, o medicamento pode ajudar a combater a inflamação pulmonar e acelerar a recuperação de pacientes com formas graves do novo coronavírus.

    “Voluntários tratados com o fármaco ficaram livres da suplementação de oxigênio, em média, três dias antes do que os pacientes que receberam apenas o protocolo terapêutico padrão do hospital. Além disso, puderam voltar para casa mais cedo”, explicou à Agência Fapesp o médico Renê Oliveira, um dos coordenadores do estudo. 

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    O professor Paulo Louzada Junior, que também participou da pesquisa, alerta que, embora seja considerada segura, os benefícios da colchicina no caso de Covid-19 só foram observados em pacientes hospitalizados e com algum nível de comprometimento pulmonar. “Não recomendamos o uso indiscriminado do fármaco, nem para prevenção e nem para tratar sintomas leves da doença”, explica.

    A pesquisa

    O estudo foi realizado através de um ensaio clínico controlado entre os dias 1º de abril e 6 de julho. Os pacientes que participaram foram divididos em dois grupos aleatórios: um recebia a colchicina, e o outro, um  placebo.

    Nem os voluntários, nem os médicos que administraram o medicamento sabiam o que cada paciente havia recebido, apenas um terceiro grupo de pesquisadores. A próxima fase do estudo será aberta, ou seja, os pacientes serão informados do que estão tomando e poderão escolher entre receber o medicamento ou não.

    Vantagens

    Além de devolver o bem-estar aos infectados mais depressa, a aceleração da recuperação dos pacientes também pode economizar milhões para a rede pública de saúde. Segundo relatou à Agência Fapesp, Louzada Junior cada dia de internação em UTI pode custar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por paciente — além dos custos da suplementação de oxigênio, que também são elevados mesmo fora da UTI. “A colchicina, por outro lado, é um medicamento barato e com potencial de uso em larga escala. O tratamento completo custou cerca de R$ 30 por paciente”, afirmou.

    *Sob supervisão de Leonardo Lellis

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