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    Anafilaxia: entenda as causas e riscos da reação alérgica grave

    Choque anafilático pode ser causado por diferentes tipos de alergia, incluindo a alimentos como camarão e outros frutos do mar

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A alergia é uma reação exagerada do sistema imunológico à exposição do organismo a uma série de substâncias.

    O quadro clínico pode ser causado por alimentos, medicamentos, insetos e animais. A anafilaxia, também chamada de choque anafilático, é a reação mais grave entre as alergias e potencialmente fatal.

    O influencer Brendo Yan, de 27 anos, morreu na quarta-feira (26), em Natal, no Rio Grande do Norte, após um quadro de reação alérgica grave.

    Riscos da alergia alimentar

    A alergia alimentar é uma reação adversa à presença de substâncias presentes em um determinado alimento. Entre os principais agentes alérgicos para algumas pessoas estão o camarão e outros frutos do mar, leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, além de nozes e castanhas.

    Ao ingerir o alimento com potencial alérgico, o organismo desencadeia um mecanismo imunológico exagerado que pode apresentar quadros clínicos diversos. Os sintomas variam de uma pessoa para outra, incluindo sinais na pele, além de impactos respiratórios e gastrointestinais. As reações podem ser leves, como simples coceira nos lábios, até reações graves que podem comprometer vários órgãos.

    Existe uma predisposição genética para a alergia e se reconhece a influência do meio ambiente neste processo – mudança de estilo de vida e alimentação são alguns dos fatores mais associados. No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos com algum tipo de alergia alimentar, de acordo com informações da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

    A anafilaxia é caracterizada pela associação de manifestações clínicas envolvendo dois ou mais sistemas do corpo, como explica a médica Albertina Varandas Capelo, coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da Asbai.

    “Um desmaio súbito, obstrução de vias aéreas ou edema de glote, e vômitos, também podem ser manifestações de anafilaxia. As manifestações alérgicas podem iniciar com sintomas cutâneo e mucoso e evoluir para anafilaxia, apresentando acometimento respiratório ou gastrointestinal por exemplo”, explica Albertina.

    Veja as principais manifestações da reação alérgica grave:

    Na pele e mucosas (80% a 90% dos casos): Vermelhidão localizada ou no corpo todo, coceira, manchas na pele, placas no corpo e/ou inchaço nos olhos e lábios. Geralmente, são as mais frequentes e aparecem primeiro.

    Respiratórias (70% dos episódios): coceira e entupimento nasal, espirros, coceira ou aperto na garganta, dificuldade para falar, rouquidão, estridor, tosse, chiado no peito ou falta de ar.

    Gastrointestinais (30% a 40%): náuseas, vômitos, cólicas e diarreia.

    Cardiovasculares (10% a 45%): pressão baixa, com ou sem desmaio, aceleração ou descompasso dos batimentos cardíacos.

    Neurológicas (10% a 15% dos casos): dor de cabeça, crises convulsivas e alterações do estado mental.

    Outras manifestações clínicas: sensação de morte iminente, contrações uterinas, perda de controle de esfíncteres, perda da visão e zumbido.

    Como é feito o tratamento

    A anafilaxia é considerada uma emergência médica. O paciente deve ser encaminhado para atendimento médico hospitalar com urgência. O tratamento deve ser feito por profissionais de saúde com a administração de adrenalina injetável, por via intramuscular.

    De acordo com a Asbai, a adrenalina trata todos os sintomas associados à anafilaxia e pode prevenir o agravamento dos sintomas. Outros medicamentos também podem ser associados ao tratamento, como antialérgicos, corticoides e broncodilatadores, mas não devem ser administrados antes ou no lugar da adrenalina e também não devem atrasar a administração rápida de adrenalina assim que a anafilaxia for identificada.

    Após a recuperação da anafilaxia é recomendado o acompanhamento com um especialista em alergia e imunologia para realizar corretamente o diagnóstico, tentar identificar os agentes desencadeantes daquela reação, diminuindo o risco de reação anafilática futura.

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