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    Alto número de casos no Brasil levou América Latina a ser epicentro da pandemia

    Segundo estudo publicado na revista Nature, quantidade de infecções também propiciou surgimento de variantes que se espalharam pela região

    Ramana Rechda CNN*

    Um estudo publicado na revista Nature aponta que a ampla transmissão de Covid-19 no Brasil tornou a América Latina o epicentro da pandemia. O alto número de mortes e casos da doença propiciaram, também, o surgimento de variantes que se espalharam pela região, como a Gama.

    Em entrevista à CNN Rádio, o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz Julio Croda explicou a importância do sequenciamento genético do vírus, para indicar possíveis mutações. “É importante monitorar o surgimento de novas variantes, porque, no futuro, a gente vai ter que se adaptar a elas e incorporá-las na composição vacinal”, argumento o professor.

    Por meio de uma parceria com o Instituto Butantan, o estudo analisou 20 mil amostras de Covid-19. Foi possível concluir que, no início da pandemia no Brasil, a maioria das cepas vinham da Europa. No entanto, entre o fim de 2020 e início de 2021, novas variantes do vírus começaram a surgir dentro do país.

    “Na América Latina, a principal variante foi a gama, responsável pelo pior momento da pandemia”, diz Croda. Outros países latino-americanos também acomodaram o surgimento de subvariantes, mas tiveram um impacto menor.

    O pesquisador lembra que as vacinas são as grandes responsáveis pela queda do número de casos e mortes de Covid no mundo.

    Croda ressalta a importância de se investir na atualização de imunizantes, e incorporar medicações que reduzem o risco de óbito.

    “Tem antiviral e modulador aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde). Até hoje a gente não tem essas medicações disponíveis para tratar os pacientes com mais risco de hospitalização e de óbito”, defende.

    *Sob supervisão de Joyce Murasaki 

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