Alternar braço que recebe vacina de Covid potencializa eficácia, diz estudo
Segundo pesquisadores, trocar de braço ao receber a segunda dose do imunizante aumenta em até 4 vezes a proteção contra o vírus
Uma pesquisa recente mostrou que trocar de um braço para o outro ao receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19 pode aumentar em até quatro vezes a eficácia do imunizante. Os resultados do trabalho foram publicados no The Journal of Clinical Investigation em janeiro deste ano.
O estudo foi liderado por pesquisadores da Oregon Health & Science University e mediu a resposta de anticorpos no sangue de 947 pessoas que receberam vacinas de duas doses contra a Covid-19 no início da pandemia. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um para receber a segunda dose no mesmo braço e outro para receber a segunda aplicação no braço oposto ao da primeira.
Para entender se alternar o braço entre as doses da vacina poderia influenciar de alguma forma na resposta imunológica, os pesquisadores realizaram testes sorológicos em vários momentos após a vacinação.
Segundo o estudo, houve um aumento substancial na magnitude e amplitude de resposta de anticorpos entre as pessoas que tomaram uma dose da vacina em cada braço, em comparação com aquelas que receberam as duas aplicações no mesmo lado.
Para somar, os pesquisadores também descobriram uma maior imunidade à cepa original do vírus da Covid-19 e uma resposta imunológica mais forte para a variante ômicron cerca de um ano após a alternância de braços. As taxas de proteção aumentaram progressivamente ao longo de quatro semanas, de 1,3 vezes para um aumento de até 4 vezes contra a variante ômicron do vírus. A maior proteção persistiu por mais de 13 meses após a administração da vacina.
Apesar dos resultados, ainda não está claro por que isso acontece. Uma das hipóteses dos cientistas é que a alternância de braços ativa respostas imunológicas em diferentes gânglios linfáticos de cada braço.
“Ao trocar de braço, você basicamente tem formação de memória em dois locais em vez de um”, diz Marcel Curlin, professor associado de medicina na Escola de Medicina da OHSU, diretor médico da Saúde Ocupacional da OHSU e autor sênior do estudo.
Os pesquisadores afirmam que mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas e entender se elas também se aplicam a outras vacinas, além do imunizante contra a Covid-19.