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    Álcool em pães de forma: nutróloga explica à CNN riscos e processo de produção

    Especialista do Hospital Sírio Libanês esclarece sobre a presença de álcool em pães de forma e seus possíveis efeitos na saúde

    Da CNN

    Recentemente, cinco marcas de pães de forma foram flagradas com níveis de álcool acima do permitido, gerando preocupação entre os consumidores. Para esclarecer o assunto, a nutróloga do Hospital Sírio Libanês Andrea Sampaio explicou à CNN Brasil o processo de produção do pão e os riscos associados ao consumo desses produtos.

    Segundo a especialista, a presença de álcool no pão é um processo normal durante a fermentação. “O processo da fermentação do pão faz com que determinadas leveduras que estão presentes no pão transconverta os açúcares presentes em álcool e dióxido de carbono”, explica Sampaio.

    Normalmente, o álcool produzido durante a fermentação é evaporado durante o processo de assar o pão. No entanto, algumas empresas podem adicionar compostos químicos diluídos em álcool como aditivos para combater o mofo e preservar a integridade do produto, resultando em concentrações mais elevadas.

    Riscos para grupos vulneráveis

    A nutróloga alerta que o consumo de pães com níveis elevados de álcool pode representar riscos, especialmente para grupos vulneráveis. ‘Isso já oferece um risco, principalmente também para gestantes, para lactantes, para idosos, e podem repercutir com alterações neurológicas também associadas à ansiedade e à depressão nesses quadros com essa concentração mais elevada do álcool’, adverte Sampaio.

    Em relação às crianças, a especialista recomenda cautela, mesmo com concentrações mínimas de álcool. Ela ressalta que crianças com consumo frequente de alimentos industrializados e sucos processados podem estar mais suscetíveis aos efeitos do álcool presente nos pães, podendo afetar seu desenvolvimento.

    A nutróloga também menciona que, em alguns casos, o consumo desses pães pode interferir em testes de bafômetro. No entanto, estudos indicam que após 15 minutos do consumo, a presença de álcool pode não ser mais detectada no teste.

    Diante dessas informações, é importante que os consumidores estejam atentos às informações nutricionais dos produtos e que as autoridades reguladoras estabeleçam normas mais rigorosas para garantir a segurança alimentar, especialmente considerando os grupos mais vulneráveis da população.

    Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) se manifestou sobre o assunto.

    Veja o posicionamento da Abimapi na íntegra:

    Diante das recentes notícias veiculadas na mídia sobre o suposto teor alcoólico encontrado em pães de forma, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) reafirma seu compromisso com a qualidade e a segurança dos alimentos oferecidos à população brasileira.

    Em nome da transparência e responsabilidade da entidade com as indústrias e com os seus consumidores, a Abimapi ressalta que não concorda com as conclusões apresentadas no Relatório Técnico e Mercadológico divulgado pela Proteste – que publicou o estudo sem consultar o setor envolvido, causando forte temor popular – devido às inúmeras incoerências identificadas na análise em questão, tais como:

    1. Metodologia analítica:

    • Falta de metodologia: como não há uma metodologia oficial normatizada para ser utilizada como referência (matriz pão), gostaríamos de saber qual metodologia validada na base de pão de forma foi empregada nas análises – já que não há nenhum tipo de menção da metodologia empregada no documento. Foi mencionado apenas a técnica de análise e não uma metodologia acreditada por um órgão competente.
    • Amostragem: não foi relatada se houve repetibilidade e reprodutibilidade nas análises. Foram realizadas duas séries de análises com lotes diferentes, mas a primeira série não foi considerada devido à falta de segurança nos resultados. Resultados em lotes diferentes não significa duplicata de análise. A indústria não teve oportunidade de avaliar contraprovas, pois os lotes já estavam vencidos no momento da publicação.
    •  Dados distorcidos: foram apresentados Limites de Detecção para análise de álcool em pães de forma pelo Proteste; no entanto, muitos valores para diferentes marcas estavam abaixo desse limite. Como foram quantificados os valores abaixo do limite de detecção?
    •  Resultados comprometidos: não há evidências de que as análises foram realizadas em duplicidade, um procedimento crucial para garantir a veracidade dos resultados, o que compromete a representatividade analítica.

    2. Correlação crítica:

    • Normas não esclarecidas: na conclusão, a Proteste comparou seus resultados com valores descritos em legislações de bebidas alcoólicas, sem estabelecer relação do possível álcool presente em alimentos e o álcool das bebidas alcoólicas.
    • Conclusões incoerentes: os resultados do teor alcoólico nos pães de forma foram comparados com o teste de bafômetro, sem considerar a ingestão dos pães. A comparação foi feita apenas por uma regra de três, o que é inadequado.

    3. Transparência:

    • Dados sem referência temporal: não há menção da data da primeira análise, tampouco da data de validade dos produtos utilizados na amostra, dificultando a verificação da validade e atualidade dos resultados.
    • Referências questionáveis: alguns dos textos citados como referências ao longo da pesquisa não podem ser considerados confiáveis, uma vez que não apresentam detalhes das fontes mencionadas.
    • Assinatura do responsável: a pesquisa é assinada por um profissional que não apresenta o número de registro no CREA. A Abimapi entende que é vital que qualquer análise seja conduzida por um profissional ou entidade devidamente credenciado e autorizado pelos órgãos competentes.

    Por fim, a Abimapi reafirma seu compromisso com o público e segue à disposição para colaborar com as autoridades e os órgãos competentes, garantindo a máxima transparência e precisão das informações de seus produtos e processos.

    Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais

    Pães de forma têm álcool detectável no bafômetro, aponta pesquisa

    Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais.

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