‘Ainda não vimos os testes iniciais da vacina russa’, diz brasileira da OMS
Cristiana Toscano, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e membro do grupo de vacinas para a Covid-19 da OMS diz vacina precisa passar por testes
Com a incógnita da vacina russa contra a Covid-19, o mundo começa a levantar questões sobre a real eficácia do medicamento e a validade dos testes realizados na Rússia.
Em entrevista à CNN, a representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e membro do grupo de trabalho de vacinas para a Covid-19 da OMS, Cristiana Toscano, disse que, apesar do anúncio de Vladimir Putin, a vacina ainda irá percorrer longo caminho antes de ser aplicada na população.
“Não tenho receio com essa vacina em particular. O cuidado e a cautela se dão em função de que só se pode aprovar uma vacina após cumprir os testes de fase 3. A aprovação da vacina é da Anvisa, que só irá aprovar os estudos de fase 3 após receber e avaliar os estudos de fase 1 e 2. Ainda não recebemos [nem OMS nem Anvisa], os testes iniciais da vacina russa.”
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Cristiana disse ter ficado tranquilizada ao escutar de um membro do governo do Paraná – que negociou com o governo russo a produção da vacina no estado – de que ainda irão realizar testes de fase 3 no Brasil.
Questionada sobre quando poderemos ter a vacina, a brasileiro membro da OMS disse que estamos iniciando a fase mais longa de testes, e que ao menos durante outubro, novembro e dezembro “não teremos respostas definitivas”.
“Estudos de fase 3 são longos porque envolvem milhares de participantes. Até o final do ano não teremos respostas definitivas sobre a eficácia da vacina, pois os resultados dos testes serão mantidos em sigilo.”