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    África enfrenta escassez de testes e vacinas para varíola

    “A varíola é uma emergência aqui no continente e pedimos a todos os nossos amigos e parceiros que se juntem a nós no controle deste surto”, disse o diretor do CDC africano

    Bhargav AcharyaNellie Peytonda Reuters

    A África não tem vacinas para a varíola e os kits de teste estão em falta, disse o diretor interino da principal agência de saúde pública do continente nesta quinta-feira (30).

    A varíola dos macacos é uma doença viral que causa sintomas semelhantes aos da gripe e lesões na pele. É endémico em partes de África.

    Mais de 40 países onde a varíola não é endêmica relataram surtos da doença viral que se espalha por contato próximo e foi encontrada pela primeira vez em macacos.

    “Ambas essas ferramentas são realmente necessárias no continente”, disse Ahmed Ogwell Ouma, dos Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da África, em entrevista coletiva.

    “A varíola é uma emergência aqui no continente e pedimos a todos os nossos amigos e parceiros que se juntem a nós no controle deste surto”, disse ele.

    Ouma também disse que pelo menos nove vacinas diferentes contra o coronavírus estão em desenvolvimento no continente.

    A varíola dos macacos ainda não é uma emergência de saúde global, decidiu a Organização Mundial da Saúde (OMS) no último sábado, embora o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tenha dito estar profundamente preocupado com o surto.

    Sobe para 22 o número de casos de varíola dos macacos no Brasil

    A secretaria estadual de saúde de Minas Gerais confirmou, nesta quarta-feira (29), o primeiro caso de varíola dos macacos no estado. O paciente tem histórico de viagem recente para a Europa. Há ainda três casos suspeitos em investigação no estado.

    Com isso, o total de infecções confirmadas no país vai a 22, segundo levantamento da CNN.

    Mais cedo, o Rio de Janeiro confirmou o quinto caso no estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio, o estado já registrou 26 casos suspeitos da doença, e cinco deles foram confirmados. Três pacientes residem na capital carioca.

    Dezessete casos foram descartados e quatro seguem em investigação. “Os casos confirmados e suspeitos são monitorados diariamente pela SES e pelas equipes de Vigilância em Saúde dos municípios”, informou a SES, em nota.

    “Importante ressaltar que, embora a doença tenha sido identificada pela primeira vez em macacos, o surto atual não tem relação com esses animais”, concluiu a Secretaria.

    O Brasil já confirmou 21 casos da varíola dos macacos: 14 em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul, e cinco no Rio de Janeiro.

    Na última sexta-feira (24), o Ministério da Saúde havia alertado que dois casos no Rio de Janeiro e três em São Paulo são considerados autóctones, ou seja, as infecções aconteceram por transmissão local. Os pacientes não tinham histórico de viagem para o exterior.

    O Brasil ainda tem 28 casos que estão sendo investigados: Ceará (4), Rio de Janeiro (4), Santa Catarina (1), Acre (3), Rio Grande do Sul (6), Distrito Federal (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (3), Rio Grande do Norte (1), Goiás (1) e Paraná (3).

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